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Com a queda nos preços do açúcar, maior parte da safra de cana foi direcionada à produção do combustível (Foto: Sergio Ranalli/Ed. Globo)

 

A produção brasileira total de etanol deve alcançar recorde 33,58 bilhões de litros na safra 2018/19, o que representa um aumento de 23,3% ou 6,3 bilhões de litros, em relação ao período anterior (27,24 milhões de litros). Os números fazem parte do quarto e último levantamento da safra de cana-de-açúcar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 23.Conforme dados da estatal, o recorde vale também para o volume de etanol hidratado, com 22,99 bilhões de litros, ou seja, 41,5% ou 6,7 bilhões de litros a mais que o ciclo anterior (16,24 bilhões de litros).

O novo recorde de produção de etanol do País bate o índice anterior de 30,5 bilhões na safra de 2015/16. No hidratado, o maior valor até então alcançado havia sido de 19,6 bilhões de litros, na safra 2010/11.O estudo mostra, ainda, que houve redução da produção de anidro, que é utilizado na mistura com a gasolina.

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A produção ficou em 10,59 bilhões de litros em 2018/19, 3,7% a menos que no período antecedente (10,99 bilhões de litros).O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana, informa em comunicado que o aumento na produção de etanol na safra 2018/19 deveu-se, principalmente, à queda de preços do açúcar no mercado internacional e a um cenário mais favorável para o etanol no mercado interno, em relação à alta do dólar e do petróleo.

O desempenho do clima prejudicou as lavouras, trazendo diminuição nos níveis de produtividade. No Sudeste, o rendimento das lavouras caiu 1,6%"

Conab

"Esses fatores fizeram com que as unidades de produção aumentassem a destinação de cana-de-açúcar para a produção de etanol nesta safra", explicou. A safra da cana-de-açúcar 2018/19 foi de 625,2 milhões de toneladas, apresentando redução de 1,3% em relação à anterior, de 633,26 milhões de t. No caso da produção de açúcar, a safra atingiu 31,35 milhões de t, um decréscimo de 17,2% ou 6,5 milhões de t, se comparado à temporada passada (37,87 milhões de t).

A área colhida ficou em 8,59 milhões de hectares, o que representa uma diminuição de 1,6% se comparada a 2017/18 (8,73 milhões de hectares). Conforme a Conab, foi a segunda queda consecutiva na área colhida. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a redução foi de 1,7% e nas Regiões Norte e Nordeste, a estimativa é de uma área colhida 0,9% menor que na safra passada.

Na Região Sudeste, principal produtora do País, com São Paulo e Minas Gerais abrangendo quase 64% da produção nacional, a produção total foi de 402,8 milhões de t de cana, uma redução de 3,5% em relação à safra 2017/18, por problemas climáticos e devolução de terras arrendadas. Segundo a Conab, o desempenho do clima prejudicou as lavouras, trazendo diminuição nos níveis de produtividade em relação à safra anterior. No Sudeste, o rendimento das lavouras caiu 1,6%, de 76.622 kg/ha para 75.391 kg/ha.

Em São Paulo, a queda, em relação à safra anterior, teve relação com o envelhecimento contínuo das lavouras. O atraso no desenvolvimento das plantas também é resultante de uma estiagem ocorrida na safra passada, essa situação foi agravada pela estiagem que ocorreu em abril, tendo como consequências baixo crescimento e a falta de peso das plantas.A pesquisa realizada em campo, que permitiu a coleta de dados por parte dos técnicos da Conab para este estudo, servirá também para a divulgação do 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2019/2020.

"A cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene, não é necessário que seja feita toda a sua colheita para que haja um replantio", informou Santana. "Isso nos permite aproveitar a viagem a campo para realizar duas pesquisas distintas: uma de fechamento da safra atual e outra de estimativas para o início da próxima", esclareceu o superintendente.A divulgação do 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2019/2020 da Conab será no dia 7 de maio, em Brasília (DF).

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Source: Rural

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