Skip to main content

Acesso á nova tecnologia deve custar de ¼ a meio saco de soja por hectare, dependendo da região. (Foto: Divulgação)

 

Em uma iniciativa inédita, oito empresas dos setores de máquinas agrícolas, de desenvolvimento de equipamentos de agricultura de precisão e de telecomunicações se uniram para lançar na Agrishow deste ano uma solução de conectividade aberta com a meta de cobrir, até o final do ano, 5 milhões de hectares no campo, sendo 1 milhão de hectares de pequenos produtores.

AGCO (Massey e Valtra), Bayer (Climate), CNH Industrial (Case IH e New Holland), Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble vão apresentar na feira o ConectarAgro, que tem ainda como diferencial o fato de levar para o campo uma solução aberta 4G de 700 MHz, tecnologia que permite maior alcance com investimentos menores e já disponível nos centros urbanos.
A 26ª Agrishow, maior feira do setor agropecuário da América Latina, ocorre em Ribeirão Preto (SP), de 29 de abril a 3 de maio.

+ Empresa vende 187 pickups em dois dias durante feira em Goiás

Resolver a questão da conectividade é o próximo salto de produtividade que a agricultura brasileira precisa dar"

Gregory Riordan, da CNH Industrial

 

Agricultura de precisão, digital e automação ganham espaço nas lavouras.(Foto: Divulgação )

 

“Resolver a questão da conectividade é o próximo salto de produtividade que a agricultura brasileira precisa dar”, diz Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais da CNH Industrial para a América do Sul.

Segundo ele, a tecnologia embarcada em máquinas e equipamentos no campo tem evoluído muito nos últimos anos, mas é subaproveitada por falta de conectividade. “Tem ocorrido uma série de iniciativas pontuais para tentar solucionar esse gargalo. O produtor, no entanto, tem insegurança em investir muito e dificuldade de usar e de manter os sistemas instalados. O nosso modelo será simples de usar, acessível, aberto a todas as empresas, imperceptível, assim como é a torre de telefonia celular para o usuário da cidade.”

Alexandre Blasi, diretor de mercado Brasil da New Holland, completa que o ConectarAgro vai permitir mais simplicidade e flexibilidade ao produtor. “O plano é consolidar e expandir o acesso à internet nas diversas regiões agrícolas brasileiras, permitindo que o produtor rural possa usufruir de forma completa dos recursos tecnológicos da agricultura de precisão, agricultura digital e da automação.”

Ana Helena de Andrade, diretora de assuntos institucionais da AGCO, afirma que a parceria foi possível porque sua empresa tem como filosofia trabalhar com sistemas abertos para atender o maior número possível de produtores, inserindo também os pequenos e médios. “Com a adoção da tecnologia padrão, quanto maior o número de participantes, maior a escala.”

+ Americanos testam uvas para cultivar em Marte na próxima missão da Nasa

O ConectarAgro será apresentado em coletiva à imprensa no primeiro dia da feira e será divulgado em todos os estandes dos parceiros. A comercialização e operação ficarão a cargo da TIM, que terá estande na Agrishow pela primeira vez. Rafael Marques, diretor de marketing e mercado corporativo da empresa de telefonia, conta que o modelo de conexão que será usado está operando com grande sucesso desde abril do ano passado em fazendas dos grupos Jalles Machado (GO) e Adeco Agropecuária (MS), com cobertura de 700 mil hectares. Segundo ele, a solução também será viável para o produtor que já tem algum modelo de conexão instalado em sua propriedade. “Não é necessário trocar tudo. Podemos adaptar o sistema ao que já está implementado.”

Mateus Barros, líder de negócios da Climate para a América Latina, afirma que a escolha pelo 4G, tecnologia global usada em larga escala no mundo, é a que realmente pode viabilizar a IoT (Internet das Coisas) no campo e deve atrair a parceria de outras empresas. “Centenas de startups estão desenvolvendo tecnologia digitais baseadas em IoT e em inteligência artificial. A conectividade é básica para essas tecnologias serem potencializadas.”

Falta de conexão no campo é um dos gargalos para comunicação e integração de maquinários, incluindo os autônomos. (Foto: Divulgação)

 

Gregory e Rafael ressaltam que o grande produtor já tem um modelo de negócios em que ele banca uma parte do investimento para ter conexão, mas o desafio agora é levar modelos acessíveis de negócios de conectividade também para o pequeno e médio produtor, com ótimo custo benefício. No pior dos casos, aquele onde as propriedades são pequenas e não contínuas, como algumas regiões do Paraná e Rio Grande do Sul, o produtor vai pagar meio saco de soja por hectare na primeira safra. Em áreas maiores e mais planas, como no Mato Grosso, o acesso vai custar ¼ de saco de soja por hectare (o valor da saca foi estimado em R$ 70). Nos anos seguintes, o custo será diluído.

A velocidade de implantação do sistema, diz Carlos Alberto Pinto Nogueira, diretor-executivo da Trimble, vai depender da capacidade de investimentos. Os parceiros afirmam que uma conseqüência do maior número de pessoas e máquinas conectadas no campo será o aumento da produtividade, assegurando a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global. “Com 1% de aumento na produtividade, o agricultor já paga o investimento”, garante Mateus.

+ Tecnoshow, em Goiás, fatura R$ 3,4 bilhões, R$ 900 milhões a mais do que em 2018

A prefeitura de uma pequena cidade, por exemplo, pode fazer um investimento para garantir conectividade a todos os produtores rurais da sua região"

Carlos Alberto Pinto Nogueira, da Trimble

Para ser viável e sustentável a instalação das torres com capacidade de cobrir 30 mil hectares e dos equipamentos, é necessário que os pequenos e médios produtores estejam unidos em cooperativas, associações ou crowfunding (financiamento coletivo). O executivo da Trimble diz que outra opção é o financiamento público municipal, estadual ou federal. “A prefeitura de uma pequena cidade, por exemplo, pode fazer um investimento para garantir conectividade a todos os produtores rurais da sua região.”

John Deere
A John Deere, que lançou na Agrishow de 2018 uma solução própria de conectividade, dá mais um passo na feira deste ano, segundo Rodrigo Bonato, diretor de vendas. Ele afirma que 5 milhões de hectares já foram conectados pela marca desde o ano passado e que agora o desafio é investir na automação das máquinas, não apenas na autonomia (direção sem operador). A colheitadeira S700, em exposição na Agrishow, será a primeira máquina automatizada do mercado. Munida de sensores e câmeras, ela analisa o ambiente em volta, incluindo os dados da estação meteorológica, ajusta abertura e fechamento das peneiras e faz a sua autorregulação.

Outra novidade da Agrishow deste ano que deve atrair o público é a plantadeira dobrável Momentum, da AGCO, que terá versões de 24, 30 e 40 linhas e caixa de armazenamento de 5.130 litros de sementes, entre as maiores da categoria. Dobrada, a máquina de 18 m de largura passa a medir 3,6 m, sem a necessidade de ser desmontada para transporte.

“A plantadeira diminui quase quatro vezes o seu tamanho em apenas um minuto e meio”, diz José Carramate, diretor comercial da Valtra. Se for necessário transportar a Momentum em rodovias utilizando caminhões prancha, basta remover dois rodados da máquina, segundo Alfredo Jobke, diretor de marketing da AGCO América do Sul. A plantadeira, acoplada a um trator, será dobrada em várias apresentações durante a feira.

+ Expodireto termina com R$ 2,4 bilhões em negócios

 

Curte o conteúdo da Globo Rural? Ele também está no Globo Mais. Nesse aplicativo você tem acesso a um conteúdo exclusivo e às edições das melhores publicações do Brasil. Cadastre-se agora  e experimente 30 dias grátis

 
Source: Rural

Leave a Reply