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Plantas frigoríficas do Brasil são importantes fornecedoras de carne para os árabes, seguindo preceitos da religião muçulmana. (Foto: Marcelo Curia/Editora Globo)

 

Nos últimos dias, embaixadores brasileiros de diversos países árabes têm se reunido para programar a visita do presidente Bolsonaro à região, prevista para os próximos meses. A agenda deve incluir os Emirados Árabes Unidos, considerado o maior hub comercial do Oriente Médio. Outros países, como a Arábia Saudita, também podem entrar na programação.

A Câmara Árabe-Brasileira, que reúne empresas brasileiras exportadoras para os países árabes, abriu em Dubai, nos Emirados Árabes seu primeiro escritório fora do Brasil, em fevereiro. “Queremos dar mais visibilidade aos produtos brasileiros, e os Emirados representam uma importante vitrine na região, diz Rubens Hannun, presidente da Câmara.

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O aceno feito pelo governo brasileiro à região tem sido visto como uma iniciativa para contrabalançar a visita presidencial à Israel. “Os árabes, de uma forma geral, dão muita importância à conversa olho no olho, por isso os encontros são essenciais”, diz Hannun.
A agenda nos países árabes teria também o efeito de afastar qualquer possível mal-estar causado pela missão oficial à Israel e a promessa, feita durante a campanha eleitoral, da transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.

 O governo brasileiro se limitou a anunciar a abertura de um escritório comercial em Jerusalém durante a visita presidencial à Israel. Diante de conversas com exportadores de carne e possíveis repercussões negativas entre os compradores árabes, o vice-presidente, Hamilton Mourão, chegou a declarar, em fevereiro, que a realocação da embaixada não deverá acontecer.

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No próximo dia 10, está programado um jantar na sede da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, para os embaixadores dos países árabes no país. O encontro deverá contar com a presença de representantes do Ministério da Agricultura.  A intenção é reforçar os laços do agronegócio brasileiro com o mundo árabe. Nos últimos dez anos, as exportações para os países da região cresceram expressivamente.

Mercado de US$ 8 bilhões

No ano passado, o Brasil comercializou cerca de U$ 8,1 bilhões em produtos do agronegócio para o mundo árabe. As vendas para a Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes, os principais importadores, somaram mais US$ 4,3 bilhões. Em janeiro deste ano, as vendas aumentaram 18% em relação ao mesmo período do ano passado, puxadas pelas importações pelos países do Golfo.

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“A viagem ao Oriente Médio tem também o potencial de impulsionar mais investimentos diretos para o Brasil”, diz Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio da consultoria Barral MJorge. Os fundos soberanos dos Emirados Árabes já investiram US$ 5 bilhões em setores como infraestrutura e imóveis.

Segundo ele, o fundo Mubadala é um dos que mais têm feito aportes diretos no Brasil. O Mubadala foi um dos três grupos que fizeram ofertas para a compra da Transportadora Associada de Gás (TAG), unidade de gasodutos da Petrobras, vendida na semana passada por US$ 8,6 bilhões para o fundo canadense Caisse de Depot et Placement du Québec.

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“Há mais oportunidades de investimentos dos Emirados e outros países do Golfo Pérsico no Brasil”, diz Barral. “Além disso, os Emirados são uma importante porta de entrada de produtos do agronegócio brasileiro no Oriente Médio, por sua logística de distribuição”, complementa.

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Source: Rural

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