Uma única unidade, em Santa Catarina, no entanto, está habilitada para exportar carne suína com osso para a China, diz BRF. (Foto: Ernesto de Souza/Ed.Globo)
O CEO da BRF, Pedro Parente, afirmou nesta quarta-feira (3/4) que a gripe suína na Ásia "abre uma perspectiva" para a empresa na exportação de proteína, com destaque para carne suína e frango. Ele citou a notícia de que a peste pode ter se espalhado também para o Japão, e se for confirmada, poderá ser "transformacional" para a empresa.
"Me incomoda que a gente possa se beneficiar de um evento que é uma peste, mas é uma realidade", disse, completando: "O ano passado foi o pior da história da BRF, por fatores exclusivos".
Segundo ele, se a produção chinesa de suínos cair 10%, isso geraria uma necessidade adicional de importação de 5,5 milhões de toneladas. "Isso é mais de 60% do atual 'trade'. Não acho que exista alguém no mundo preparado para isso", apontou. Parente ponderou, no entanto, que o ganho não ocorrerá no curto prazo, pois, por enquanto, há uma oferta grande em razão dos abates no país chinês.
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Segundo ele, hoje apenas uma única unidade, em Santa Catarina, está habilitada para exportar carne suína com osso para a China. Por isso, disse, novas habilitações passaram a ser assunto estratégico para a BRF. "É uma romaria habilitar uma planta. Chegamos à conclusão na BRF que é um assunto estratégico, que requer de nós atenção muito grande", disse.
Ele destacou que, mesmo com a atual conjuntura, acha improvável que a gripe suína e a mudança potencial no cenário de exportação de proteína façam a União Europeia repensar barreiras nesse aspecto.
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Source: Rural