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Embaixador Rubens Barbosa, presidente da Abitrigo (Foto: Divulgação)

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa, avaliou de forma positiva o anúncio da cota de importação de 750 mil toneladas de trigo sem tarifa, anunciada durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Estados Unidos, na semana passada. Segundo ele, a medida aumenta a competição pelo mercado brasileiro, o que pode beneficiar os moinhos na busca pelo melhor preço na matéria-prima.

“Os Estados Unidos vão ter a maior parte dessa cota porque conhecem o mercado. Certamente vai aumentar a importação dos Estados Unidos, mas essa cota não é um benefício somente para o mercado americano. É para quem chegar primeiro e vender”, pontuou Barbosa, segundo quem o trigo americano é competitivo, especialmente, no Nordeste do Brasil.

Tomando por base os dados de 2018, a cota de importação representa pouco mais de 10% do que o Brasil compra de fora. No ano passado, passaram pelas fábricas de farinha 6,817 milhões de toneladas do cereal produzido em outros países. Desse volume, 87,1% vieram da Argentina, mas houve compras também do Paraguai, Estados Unidos e da Rússia.

Desta forma, o presidente da Abitrigo avalia que a cota não provocará grandes alterações no mercado, de forma geral. “Vai ter alguma pressão sobre a Argentina, mas eles não vão perder mercado por causa disso. E o produtor brasileiro não será afetado porque coloca o trigo dele no mercado normalmente. Dentro de um ambiente de melhora na economia e de abertura de mercado, todos terão que se ajustar”, acredita Barbosa.

Política Nacional

O presidente da Abritrigo, Rubens Barbosa, informou ainda que tem mantido conversas com a ministra da Agricultura Tereza Cristina sobre a chamada Política Nacional do Trigo, formulada pela entidade. É uma série de propostas em temas como logística, legislação, comércio e tributação e que envolveria conversas com diversos segmentos do governo federal.

“A intenção é incentivar o aumento gradual da produção nacional no médio e longo prazo e reduzir a dependência externa dentro de um ambiente de livre mercado e de uma tendência de aumento da demanda. Isso se o governo se sensibilizar e implantar, o que não está garantido”, afirmou.

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Entre os principais pontos, estão a redução de subsídios, de incentivos fiscais e a chamada isonomia tributária entre os diversos setores da economia. Na visão da entidade que representa os moinhos, o principal é elevar a produtividade no Brasil.

Rubens Barbosa não deixou clara qual a situação de desequilíbrio tributário na indústria do trigo, atualmente. Destacou apenas que as mudanças no sistema de impostos devem ser discutidas depois da reforma da previdência. E que é importante corrigir o que chamou de distorções.

"Não é só o alto nível de alíquota, mas também o alto custopara fazer esse pagamento. E que haja tratamento único e não setor que com privilégios. Que haja uma reforma tributária que seja igual para todo mundo", disse.

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Source: Rural

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