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Grandes players do agro mundial, Estados Unidos e China negociam acordo há mais de seis meses. (Foto: Flickr/U.S. Department of Agriculture/Creative Commons)

 

 

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, disse nesta quarta-feira (27/2) que uma solução para a guerra comercial do país com os Estados Unidos não deve prejudicar o comércio brasileiro com o país asiático. Pelo contrário: assim como a disputa tem influência negativa sobre o comércio global, um consenso tende a melhorar esse ambiente.

“Claramente, se Estados Unidos e China conseguirem chegar a um consenso, vai ajudar o ambiente econômico mundial. Nesse sentido, acho que os exportadores brasileiros não precisam ficar preocupados. Ao contrário, é preciso estar otimista”, afirmou.

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Autoridades dos Estados Unidos e da China vêm mantendo conversas para colocar um fim à guerra comercial que provocou uma escalada de tarifas de importação de diversos produtos. Em meio a este cenário, as exportações brasileiras de soja para o país, por exemplo, aumentaram de forma significativa no ano passado, chegando a 68,839 milhões de toneladas.

Na semana passada, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, publicou em uma rede social que a China se comprometeu a importar mais 10 milhões de toneladas de soja americana. E o presidente Donald Trump anunciou um adiamento da imposição de novas tarifas comerciais, prevista para sexta-feira (1/3), argumentando que as negociações tem sido produtivas.

Especialistas avaliam que um consenso afetará o comércio agropecuário sino-brasileiro. O embaixador chinês no Brasil ponderou, no entanto, que o país é “muito grande”, sugerindo que há espaço para o Brasil. “Daqui 15 anos, nossa meta de importação é de US$ 10 trilhões. Por isso, há uma expectativa positiva em relação ao futuro da nossa relação comercial”, afirmou.

Yang Wanming pontuou ainda que, como grandes países, Brasil e China enfrentam juntos desafios no comércio global, como o protecionismo e o que chamou de violação dos mecanismos multilaterais. E disse que eventuais divergências são normais, quando questionado sobre a salvaguarda chinesa imposta ao açúcar brasileiro e a medida antidumping contra o frango.

“É impossível dizer que não há problemas em qualquer produto em negociações de grandes países. China e Brasil são grandes economias mundiais e os volumes comerciais são enormes. Por causa disso, houve divergências em alguns produtos, o que é normal”, analisou.

Segundo o diplomata, acreditado como embaixador chinês no Brasil há dois meses, esse tipo de divergência não deve ser resolvida com guerra comercial, mas com diálogo e consulta. Ele garantiu que os dois governos estão negociando uma solução “através dos mecanismos normais internacionais”.

Ele fez as declarações em conversa com jornalistas logo depois de evento promovido pelo Lide China, em São Paulo (SP). Durante o encontro com autoridades e representantes de empresas chinesas e brasileiras de diversos setores, Yang Wanming ressaltou que o agronegócio é parte importante da cooperação bilateral e que a intenção é ampliar essa parceria.

Em seu pronunciamento, o embaixador afirmou que parte dessa estratégia é aumentar o processamento de produtos agrícolas. Ao jornalistas, explicou que é possível mais cooperação na área de tecnologia para agricultura. E que empresas brasileiras e chinesas podem fazer investimentos conjuntos.

“O mercado chinês tem demanda constante de produtos agrícolas. É importante para garantir nossa segurança alimentar. Por causa disso, nossa cooperação neste sentido é estratégica e para longa data”, disse.

Ao discursar, Yang Wanming falou também sobre reforçar a cooperação com o Brasil em inspeção e vigilância sanitária e fitossanitária. Na entrevista coletiva, informou que os dois governos já estão conversando e que tem uma visão otimista em relação aos efeitos disso para as exportações agrícolas brasileiras.

Ele informou também que o governo da China está aumentando a presença de autoridades sanitárias em sua Embaixada no Brasil. “Estamos promovendo um diplomata especial para coordenar esses assuntos. Um aumento da diplomacia neste sentido pode ajudar no contato direto entre os dois países”, afirmou.

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Source: Rural

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