Frutas, verduras, leguminosas, grãos e sementes promovem uma alimentação mais rica para a saúde do corpo e do planeta (Foto: Getty Images)
Um consenso, resultado da compilação de mais de 30 anos de pesquisa dos principais cientistas de todo mundo que buscam definir uma dieta saudável e sustentável, concluiu a necessidade de cortar drasticamente o consumo de carnes e produtos de origem animal.
A EAT-Lancet Commission on Food, Planet, Health traz a revisão completa sobre o que constitui uma dieta a partir de um sistema sustentável e quais ações podem apoiar e acelerar a transformação desse sistema de produção de alimentos.
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Segundo o estudo, é necessário um grande corte no consumo principalmente de carne vermelha em países do oeste (como Brasil e Estados Unidos) e uma radical mudança em todo o mundo para evitar uma catástrofe ambiental global.
O estudo procura traçar orientações que forneçam uma alimentação nutritiva para a população global que cresce em ritmo acelerado, ao mesmo tempo em que direciona a dieta cujo papel principal é a criação animal como os maiores agentes das mudanças climáticas, a destruição da vida selvagem e a poluição de rios e oceanos.
Globalmente falando, a dieta sugere que o consumo de carne vermelha e açúcar seja cortada pela metade, enquanto vegetais, frutas, leguminosas e nozes devem dobrar. Mas os lugares específicos de mudanças são desafiadores. Os norte-americanos, por exemplo, precisariam comer 84% menos carne vermelha, mas seis vezes mais feijões e lentilhas (leguminosas). Enquanto para os europeus, comer 77% menos carne e quinze vezes mais nozes e sementes.
Segundo os cientistas, a dieta é um ‘ganha-ganha’, em que poderia salvar ao menos 11 milhões de pessoas por ano de mortes causadas por uma má alimentação, enquanto previne um colapso no meio ambiente do qual a humanidade depende para sobreviver.
Se pretendemos viver com 10 bilhões de pessoas habitando a Terra até 2050, é sustentável (para a saúde de todos e do próprio planeta) que repensemos e mudemos a nossa dieta. Porque, de acordo com os estudiosos, a continuidade da atual dieta mundial irá, inevitavelmente, desencadear o agravamento dos problemas de saúde e no severo aquecimento global.
Mudar é uma escolha pessoal. Ou, como os coaches costumam dizer, uma “dissonância cognitiva”, quando o seu estilo de vida não está mais alinhado com o que você sente. A chef plant-based Thaís Rahal, 31, optou pela filosofia vegana (que não se restringe apenas a uma dieta) através do trabalho.
Ex-consultora de marketing, Thaís descobriu o caminho de um estilo de vida baseado apenas no consumo de alimentos e produtos de origem vegetal ao construir um projeto de marketing para a irmã, que é nutricionista. “Nessa época não tinha nenhum contato com o vegetarianismo e passei a pesquisar diversos perfis de nutricionistas para que o projeto de marca da minha irmã ficasse completo. Foi então que tive contato com muitos veganos e vegetarianos e me encantei pela filosofia e ideais, tudo fez muito sentido para mim desde o começo”, conta.
Em 2017, Thaís pediu demissão do emprego, foi estudar para se aprofundar mais sobre o assunto e ingressou num curso de gastronomia em Nova York com foco total na alimentação plant-based.
“Estava muito feliz por conseguir complementar ainda mais o que eu acreditava de forma concreta. No dia 8 de janeiro de 2018 me tornei vegana de uma vez só. Não tive tempo de transição, não parei a carne ou frango ou queijos aos poucos, foi de uma vez só e foi mágico. A alimentação me transformou de tal forma que hoje não consigo imaginar consumindo tantos alimentos de origem animal como consumia antes”.
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Source: Rural