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Cadeia produtiva do leite quer uma "agenda positiva" para o setor. Governo tem a intenção de criar política nacional (Foto: Divulgação/Sindilat-RS))

 

Entidades setoriais e o governo federal discutiram, na quinta-feira (17/1), em Brasília (DF), a criação de uma “agenda positiva” para o leite. Representantes da cadeia produtiva se reuniram com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para tratar de uma política nacional de apoio ao setor.

O Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), uma das entidades representadas no encontro, informou que a ideia é criar uma pauta única entre indústria e produtores, a ser discutida na Câmara Setorial do Leite. Entre os temas, estão defesa comercial, estímulo às exportações, promoção do consumo, compras governamentais e simplificação tributária.

“Vamos discutir uma agenda positiva. Uma política de médio e longo prazo para o setor ser mais competitivo e de forma contínua”, diz o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra, que esteve na reunião.

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Guerra disse que que os laticínios gaúchos enfatizaram a importância das compras governamentais no apoio à produção leiteira nacional. “O governo ficou de se manifestar sobre essas compras, mas o assunto tem que ser tratado com outros ministérios”, pontua.

Em comunicado oficial, o Ministério da Agricultura confirmou que o incentivo à cadeia produtiva do leite será discutido na Câmara Setorial. E que a intenção é incluir a política nacional para o setor no Plano Plurianual (PPA), com lançamento previsto para abril.

“Estamos muito preocupados com o setor e precisamos achar um caminho, devido à importância econômica e social do segmento leiteiro”, afirmou a ministra Tereza Cristina, de acordo com a nota. “O Ministério vai ouvir todos os segmentos para uma ação conjunta em relação ao leite”, acrescentou.

Mercosul

O presidente do Sindilat-RS informou ainda que foram reforçadas na reunião as preocupações com a importação de leite em pó, especialmente da Argentina e do Uruguai. Os laticínios argumentam que o produto nacional sofre uma desvantagem competitiva em relação ao dos vizinhos do Mercosul.

Os laticínios defendem o estabelecimento de cotas de importação. Alexandre Guerra disse, no entanto, ter ouvido que o acordo do Mercosul impede esse tipo de medida. “O governo não pode estabelecer cotas. Pode ser feito um acordo entre entidades do setor privado."

Segundo o comunicado do Ministério da Agricultura, a ministra Tereza Cristina disse aos representantes do setor que está discutindo com autoridades argentinas uma solução. “Eles também têm problemas lá com seus produtores, e nós temos que achar uma solução inteligente.”

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Antes mesmo de assumir o cargo, Tereza Cristina chegou a manifestar sua preocupação com esse assunto. Em entrevista à Globo Rural, no final de novembro, logo depois de confirmada sua indicação para a pasta, ela mencionou que a importação de leite em pó do Uruguai precisava ser revista.

“Quando o produtor vai melhorando o preço do leite, entra o leite em pó, derruba o preço e aí o produtor [brasileiro] vende suas vacas. Enfim, é um círculo muito danoso para essa cadeia produtiva de lácteos. Eu não sou favorável a acabar o Mercosul não, mas eu acho que tem que sentar à uma mesa e ter essa discussão”, disse ela, na época.

Em 2018, as compras de leite em pó do Uruguai pelo Brasil caíram. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o volume foi de 31,161 mil toneladas. Em 2017, tinham sido 53,409 mil. Já as importações do produto da Argentina, aumentaram, passando de 40,99 mil para 50,73 mil de um ano para outro.

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Source: Rural

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