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Clima quente e seco fará cair a produtividade das lavouras em Estados importantes.(Foto: Foto: Thinkstock)

 

 

O clima desfavorável no mês de dezembro deve impedir um novo recorde na produção brasileira de soja e, com os preços em patamares mais baixos, os produtores brasileiros devem ter margens menores na temporada 2018/2019. É a avaliação feita pelo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta quarta-feira (16/1).

Em comunicado sobre as perspectivas para a safra atual, os pesquisadores comentam que o crescimento de 1,8% na área plantada não será suficiente para compensar a perda de produtividade. Em dezembro, o tempo mais seco e quente antecipou o ciclo de desenvolvimento de lavouras plantadas mais cedo, comprometendo o potencial de produtividade da safra nova.

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“O clima seco em dezembro antecipou o ciclo das lavouras implantadas em setembro, prejudicando o potencial produtivo em muitos estados brasileiros. Paraná e Mato Grosso devem antecipar a colheita para períodos nunca vistos anteriormente”, avaliam os pesquisadores.

O documento ainda usa como referência as estimativas feitas em dezembro de 2018 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo as quais o Brasil deve colher até 120,6 milhões de toneladas de soja em 35,8 milhões de hectares. Neste mês, a própria Conab revisou seus números, estimando uma produção de 118,8 milhões de toneladas do grão.

Consultorias do setor privado apontam números ainda menores para a produção, já considerando os efeitos dos problemas climáticos verificados em dezembro. Na avaliação da Agroconsult, a safra deve ser de 117,6 milhões de toneladas de soja. A AgRural é ainda mais pessimista, estimando uma colheita de 116,9 milhões de toneladas no ciclo 2018/2019.

Preços em queda

No boletim, o Cepea lembra que, além dos efeitos do clima sobre a produtividade das lavouras, os produtores estão atentos aos preços, que mantém a trajetória de queda. Na primeira quinzena de janeiro, o indicador com base no corredor de exportação de Paranaguá (PR) acumulou queda de 6,56%, fechando em R$ 74,91 a saca de 60 quilos.

Na avaliação dos pesquisadores, em pleno período de colheita da safra nova no Brasil, as cotações ainda devem ser influenciadas pela maior oferta no mercado global. Os Estados Unidos colheram uma safra maior e a Argentina recuperou produção.

“A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China também é foco do setor neste início de 2019 – vale lembrar que, em 2018, a demanda chinesa foi deslocada para o Brasil em detrimento dos Estados Unidos, elevando prêmios de exportação e os preços domésticos”, destaca o boletim.

Os pesquisadores destacam que os produtores estão atentos a esse movimento, principalmente em função da alta nos custos de produção. Levantamentos da própria instituição apontam custo 8% maior nesta safra em Guarapuava (PR). Em Rio Verde (GO), o sojicultor precisou de 11% mais para custear a produção. Em Sorriso, o acréscimo foi de 5%.

“O lado bom para vendedores brasileiros é que, em meados de 2018, muitos produtores já negociaram parte da safra 2018/19. Segundo o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), 41,33% da safra de Mato Grosso já foi vendida. No Paraná, a Seab indica que 20% da produção do estado foi comercializada. A receita também dependerá do dólar, uma vez que os preços de soja nos Estados Unidos estão inferiores aos do Brasil”, diz o Cepea.

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Source: Rural

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