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(Foto: Rogério Albuquerque )

 

*Reportagem publicada originalmente na edição de setembro/2018 de Globo Rural

"Em nenhum lugar do mundo uma equipe de técnicos conseguiu coletar tantas informações.” Não há exagero na frase do médico-veterinário Izaias Claro Júnior, da Zoetis Brasil, empresa que foi uma das organizadoras do encontro do Gerar Corte (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho), realizado em agosto, na Ilha de Comandatuba, no município de Una, no sul da Bahia.

Em número de 350, os profissionais do Gerar Corte percorreram fazendas em todo o país desde o início das operações, em 2006, e registraram o crescimento dos dados sobre inseminação artificial em tempo fixo (IATF): foram recolhidos 5,3 milhões de dados desde então. “É um avanço significativo”, diz Isaias Claro.

Mas a constatação mais comemorada diz respeito ao crescimento acelerado do uso da IATF no Brasil mais recentemente. Somente na última estação de monta (2017/2018), foram coletados pelos técnicos do Gerar Corte 1,362 milhão de dados de IATF, o que significou um crescimento de robustos 32,6% em relação à temporada anterior (2016/2017), que foi de 1,027 milhão.
Já em relação aos dados de transferência de embriões em tempo fxo (TETF), outra tecnologia moderna, o Gerar coletou 45 mil informações na última estação de monta, o que significou mais que o dobro do que foi verificado na temporada anterior (21.400).

O avanço nos números mostra a modernização da pecuária de corte brasileira. “A demanda poderosa por tecnologia é flagrante”, afirma Isaias. A IATF sincroniza o cio das vacas e permite o nascimento de milhares de bezerros ao mesmo tempo e padronizados. 

Tem mais. “Na estação de monta passada, houve um aumento de dois pontos percentuais na taxa média de prenhez nas vacas das fazendas assistidas pelos técnicos do Gerar Corte”, informa o médico-veterinário José Luiz Moraes Vasconcelos, conhecido como professor Zequinha, da Unesp de Botucatu (SP), universidade responsável pelas análises das informações enviadas do campo pelos técnicos. Houve um salto de 51% em 2016/2017, para 53% de fertilidade em 2017/2018.

Taxa de prenhez das vacas cresceu muito no Brasil

 

“Assim, num universo de mais de 1,3 milhão de dados de IATF analisados na última estação, o crescimento no índice de prenhez significou quase 30 mil bezerros a mais em relação ao resultado obtido na estação anterior”, enfatiza Zequinha. “Essa melhoria na produtividade resulta em um significativo retorno financeiro às fazendas que lançam mão de tecnologias reprodutivas como a IATF”, afirma.

O Gerar Corte comemorou o aniversário do início dos trabalhos de coleta. Tudo começou em 2006. E para a Bahia se deslocaram todos os profissionais do grupo.

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O professor Zequinha disse em palestra que, no primeiro ano de análise dos dados do Gerar, em 2007, a fertilidade média à primeira IATF ficou em 49%. “Conseguimos evoluir para 53%. Importante: isso mesmo aumentando consideravelmente o número de vacas inseminadas (saltando de 67 mil sincronizações, em 2007, para mais de 2,3 milhões, em 2017)”, comparou Zequinha. Ele lembrou que existem propriedades atendidas pelos técnicos do grupo que já conseguem alcançar índices médios de fertilidade acima de 70% com a aplicação de uma única IATF. A evolução é considerável, enfatiza.

Segundo o professor, os ajustes e orientações dos técnicos acerca dos manejos reprodutivos foram fundamentais para o processo de evolução dos índices de prenhez das fêmas nas fazendas.

O professor Zequinha, da Unesp/Botucatu

 

Estados

Foram divulgados ainda os resultados dos sete grupos que atuam em vários Estados. Em primeiro lugar, aparece o Gerar Goiás, que foi responsável pelo maior número de dados, com 370 mil informações de IATF em 2017/2018, crescimento de 31,4% em relação ao número registrado na temporada anterior. O Gerar Mato Grosso ficou em segundo lugar, registrando a coleta de 334 mil dados de IATF, um acréscimo anual de 21,7%. A terceira posição ficou para o Gerar Mato Grosso do Sul, com quase 248 mil informações de IATF, um aumento de 36,5%. Os grupos de Minas Gerais, Norte/ Nordeste, Rio Grande do Sul e São Paulo/Paraná também obtiveram acréscimos significativos, de 48%, 58,6%, 62% e 5,6%, respectivamente. São sete os grupos regionais.

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Entre os palestrantes, Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, falou do cenário econômico durante a estação de monta 2018/2019 e traçou um panorama detalhado do comportamento dos mercados brasileiros e internacionais de grãos e de carnes, além de apontar perspectivas para esses setores no curto e médio prazos, considerando os eventuais impactos causados pelo resultado da eleição presidencial em outubro.

O sócio da MB Agro chamou a atenção para a rápida e forte ascensão do Brasil no mercado mundial de carne bovina. O país hoje figura entre os líderes do ranking de exportações e a posição aplaca a crise interna do país.

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Fotos: Rogério Albuquerque e divulgação

 

 

 
Source: Rural

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