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Próximo ano deve ser de continuidade na recuperação do consumo interno de carne bovina, mas produção deve reduzir o ritmo (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

A produção brasileira de carne bovina deve reduzir o ritmo de crescimento em 2019, avalia o banco holandês Rabobank em relatório de mercado. Depois de um crescimento estimado em 4% para este ano, deve haver um acréscimo de 2% no próximo ano. “O crescimento deve ser menor em função do significativo aumento do abate de vacas em 2018”, diz o documento.

De acordo com os analistas, esse movimento deve ocorrer em meio a um cenário de demanda maior pelo produto. O próximo ano deve ser de continuidade da recuperação do consumo interno, depois de dois anos de “modesto crescimento pós recessão de 2015-2016”.

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E as exportações, que cresceram 10% de janeiro a outubro deste ano, também tendem a ficar maiores. Mercados considerados importantes como Hong Kong, China, Egito e Chile vêm comprando mais carne bovina do Brasil neste ano. E em novembro, a Rússia levantou o embargo ao produto.

Sendo um importante destino para a carne bovina, a Rússia tende a contribuir com o aumento das exportações brasileira no próximo ano, diz o Rabobank. O banco pondera, no entanto que, no curto prazo, o potencial de retomada do mercado é limitado, em função do número de plantas frigoríficas habilitadas.

“Apenas cinco plantas brasileiras foram liberadas a exportar para Rússia em novembro. Antes, 30 estavam habilitadas. O Brasil ainda enfrenta maior competição no mercado russo à medida que a Argentina aumentou sua presença durante a ausência brasileira”, diz o relatório.

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O embargo russo foi imposto no final de 2017 e durou quase 12 meses. Naquele ano, o Brasil ainda embarcou 151,6 mil toneladas, o que rendeu aos exportadores US$ 487,18 milhões. Neste ano, com a sanção em vigor, foram apenas 3,26 mil toneladas e US$ 14,12 milhões de receita, conforme os números divulgados no sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura.

Apesar de publicado em novembro, o relatório não menciona eventuais riscos ao comércio internacional em função de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro. Há o temor, por exemplo, de que uma eventual transferência da Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém afete a relação com os mercados árabes.

Bolsonaro também já fez críticas à postura da China que, de janeiro a outubro deste ano, comprou 258,7 mil toneladas de carne bovina brasileira, de acordo com os dados do Ministério da Agricultura.

(Dados: Rabobank/MDIC)

 

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Source: Rural

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