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"O próximo Ministério não será igual ao atual", garante e futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (Foto: Reprodução/Globo Rural)

 

A equipe de transição estuda trazer para o Ministério da Agricultura (Mapa) a gestão da agricultura familiar e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a partir do próximo governo. Um estudo preliminar está sendo feito para definir a nova estrutura da pasta, como declarou a futura ministra, a deputada federal Tereza Cristina (MDB-MS), em entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda-feira (19/11).

“Vou precisar de muitas informações para a composição do novo ministério, haja vista que o próximo ministério não será igual ao que existe hoje”, disse Tereza Cristina, que já se reuniu com o atual ministro, Blairo Maggi, para tratar de assuntos ligados à transição.

Segundo a futura ministra, o Ministério da Agricultura deve assumir também as atribuições da Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). A gestão dessas políticas, além do Incra e agricultura familiar, está hoje concentrada no Ministério da Casa Civil que, no governo Michel Temer, incorporou as antigas pastas do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social.

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Tereza Cristina mencionou a agricultura familiar como uma das prioridades da sua gestão no Mapa. Segundo ela, há assentamentos da reforma agrária constituídos há quase 20 anos e que “não funcionam”. A solução, segundo ela, é incentivar a produção nesses lugares com mais recursos e assistência técnica.

Ainda de acordo com a futura ministra, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deve ter “atenção especial” no novo governo. E ainda é preciso definir “o que fazer” com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), autarquia responsável pela divulgação de dados oficiais de produção agrícola e pela atuação do governo no mercado agropecuário nacional.

Credibilidade arranhada

Outras das prioridades da nova gestão, segundo Tereza Cristina, será fortalecer as secretarias de Defesa Agropecuária e de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. Para a futura ministra, a credibilidade do Brasil no mercado internacional está “arranhada” e precisa ser mais “proativo” na promoção dos produtos do agronegócio brasileiro no mercado global deve ser feita com credibilidade.

“A atividade agropecuária é o carro chefe da economia e continuará sendo. Para isso, tem que ter uma estratégia muito boa para vender esses produtos para as empresas ter mais mercados lá fora apoiadas pelo governo”, disse Tereza Cristina.

Questionada sobre a escolha do diplomata Ernesto Araújo para o Ministério de Relações Exteriores, ela disse que recebeu bem a indicação, mas que não conhecia o futuro colega de primeiro escalão. Durante a transição, ela pretende conversar com ele para entender melhor as posições dele e formular em conjunto as políticas para abrir mercados para o agronegócio brasileiro.

O futuro do comércio agrícola do Brasil com mercados importantes tem sido questionado nesse momento de transição de governo. Declarações do próprio presidente eleito Jair Bolsonaro em relação à China e a possibilidade de transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém acenderam sinais de alerta para especialistas no setor.

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A indicação do novo ministro das Relações Exteriores é um novo elemento nessa discussão. Autor de um blog sobre política internacional, Araújo é conhecido por adotar um posicionamento "contra o globalismo" e por avaliar de forma mais positiva a política adotada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Tereza Cristina chama a atenção, principalmente, relação aos árabes, que respondem por cerca de 40% das exportações brasileiras de carne de frango e 35% das vendas de carne bovina. A futura ministra da Agricultura acredita que o seu colega das Relações Exteriores entenderá a importância do mercado árabe para a economia brasileira.

“Todo mundo muda. Uma coisa é você escrever outra é estar em um governo onde você tem que sentar com os diversos atores e ver o que é bom para o Brasil. Vamos mostrar para ele números do que é o mercado árabe, os mercados todos para o Brasil e os mercados ligados aos muçulmanos”, afirmou Tereza Cristina.

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Source: Rural

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