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O efeito transformador da salsa no sabor de um prato é o que tanto atrai para a compra da hortaliça, que mal para nas gôndolas de supermercados, prateleiras de varejões e bancas de feira. De uso diário para incrementar o tempero de diversas receitas culinárias, as folhas miúdas e aromáticas da olerícola têm grande demanda nos pontos de venda na maior parte do país, promovendo o aumento da renda mensal dos produtores que a cultivam.

Popularmente chamada de salsinha, além de ser conhecida como salsa-comum, salsa-
de-comer ou salsa-hortense, a hortaliça é condimento usado picado em molhos, omeletes, massas, sopas, saladas, carnes, tortas e até lanches. Quando se junta à cebolinha, torna-se o famoso cheiro-verde, presente nas refeições de todo brasileiro.

Diurética, a salsinha também é utilizada pelos efeitos medicinais que possui no tratamento de infecções urinárias, pedras nos rins, hipertensão, prisão de ventre e retenção de líquidos ou na prevenção de gripe, anemia e problemas cardíacos. Rica em nutrientes, como ferro e potássio, ainda é fonte de antioxidantes, ácido fólico e vitaminas A, B1, B2, C e D. Contudo, devido à grande quantidade de ácido oxálico contido na hortaliça, o excesso do consumo do chá feito com a planta pode ser abortivo.

A salsinha é uma planta herbácea bienal que, no primeiro ano, na fase vegetativa, atinge de 10 a 25 centímetros de altura e, no segundo ano, na época reprodutiva, desenvolve um talo de flor (pendão floral) com até 75 centímetros de altura. Pode ser plantada o ano todo em canteiros de hortas e em vasos, inclusive decorando janelas, já que a hortaliça gosta de receber diretamente, e por várias horas durante o dia, os raios solares.

As folhas da salsinha são serrilhadas, triangulares e verde-escuras brilhantes, enquanto o caule oco, cilíndrico, rico em canais oleíferos e pouco ramificado tem coloração verde-clara. As flores pequenas e hermafroditas da planta, por sua vez, apresentam um tom claro da cor amarela.

Da família Apiaceae, as salsinhas cultivadas no Brasil pertencem a dois grupos. Mais tolerantes à chuva e ao sol, as de folhas lisas (Petroselinum crispum var. neapolitanum) são as mais fáceis de plantar. Também têm sabor mais forte em relação às de folhas crespas (Petroselinum crispum var. crispum) e, por isso, são preferidas para ser usadas frescas como ingrediente na gastronomia. Na Europa, também há uma variedade cuja raiz é a parte comestível.

Aliás, foi no continente europeu onde a salsinha surgiu, com cultivos realizados desde a Antiguidade, período em que os egípcios faziam uso da planta como remédio para o estômago e doenças urinárias. Os gregos, por sua vez, aproveitavam as folhas tanto para a cura de enfermidades quanto para coroar vencedores de jogos esportivos. Foram os romanos o primeiro povo a degustar a erva, que hoje é a mais presente na alimentação dos países do Ocidente.

 

 

INÍCIO Sem necessidade de muito espaço para o plantio, a cultura da salsinha pode ser desenvolvida em canteiros de hortas em pequenas áreas ociosas em sítios, chácaras e quintais de residências. Há venda de sementes em lojas de produtos agropecuários e de jardinagem, sendo possível encontrar também em diversos supermercados. Contudo, assegure que o material propagativo seja de boa qualidade.

PROPAGAÇÃO Por sementes é realizada no local definitivo, que deve ser ensolarado. A germinação, que demora de quatro a seis meses para ocorrer, pode ganhar velocidade se mantidas as sementes de molho em água morna por um dia. Em geral, são plantados de 2 a 3 gramas de sementes por metro quadrado. Desbaste a planta quando atingir de 4 a 5 centímetros de altura, deixando as folhas mais vigorosas.

AMBIENTE Com muito sol é o mais adequado para o plantio de salsinha, hortaliça que gosta de local bem iluminado. Tem bom crescimento principalmente em regiões de clima temperado, onde prevalece a faixa de temperatura entre 10 ºC e 24 ºC. A erva tolera lugares quentes, porém o calor não pode ser em excesso, o que acelera o desenvolvimento da planta e a formação de flores.

PLANTIO Em solo areno-argiloso, rico em matéria orgânica, bem drenado e fértil é o mais indicado para a cultura da salsinha, embora a hortaliça suporte terrenos diferentes. Se optar pelo cultivo em vasos ou jardineiras, utilize os de tamanho grande, para não limitar o crescimento da planta, cuja raiz pode alcançar mais de 50 centímetros de profundidade.

ESPAÇAMENTO De 15 a 20 centímetros é indicado entre os sulcos, que devem ter 1,5 centímetro de profundidade. Dentro deles, mantenha a distância de 3 a 5 centímetros entre plantas. Cubra as sementes com terra sem torrões.

ADUBAÇÃO Química ou natural pode ser adotada, a partir da análise das deficiências dos componentes do solo. Porém, sempre complete a incorporação dos adubos com aplicação de regas, para favorecer os efeitos dos nutrientes no plantio. Em solo de fertilidade mediana ou baixa e com pH entre 6 e 6,5, ideal para a produção de salsa, a sugestão é aplicar de 100 a 180 quilos por hectare de P2O5 e de 60 a 80 quilos por hectare de K2O no plantio. Em uma ou duas coberturas, acrescente de 20 a 30 quilos por hectare de nitrogênio.

CUIDADOS Incluem irrigação para manter o solo úmido, mas não encharcado, e limpeza manual da área de cultivo de plantas invasoras. É importante também ficar atento à ocorrência de doenças fúngicas, como queima-das-folhas, e pragas, como lagartas, vaquinhas, pulgões e cochonilhas.

PRODUÇÃO Está pronta para a colheita a partir de 60 a 90 dias após o plantio, quando a hortaliça deve estar com, no mínimo, de 12 a 16 centímetros de altura. Colha, no máximo, um terço das folhas de cada planta. Retire-as inteiras e com o talo, dando preferência para as mais velhas e desenvolvidas. Com a rebrota, uma nova colheita pode ser repetida a cada 30 dias. Em alguns casos, a colheita é realizada arrancando a planta inteira.

Como Plantar Salsinha (Foto: )

 

Fotos: Thinkstock

 
Source: Rural

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