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Questionado sobre o assunto na última terça-feira, o presidente eleito se recusou a comentar a decisão do Egito (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse, nesta terça-feira (6/11), que a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de transferir para a cidade a embaixada brasileira, anunciada na última quinta-feira (1/11), ainda não foi tomada. 

Bolsonaro foi questionado sobre o assunto após sair de uma reunião no Ministério da Defesa, em Brasília, e se recusou a comentar a decisão do Egito, que comunicou ontem ao Brasil a decisão de cancelar a visita de uma missão brasileira ao país africano. "Não, outro assunto, outra pergunta aí", disse, de acordo com o site de notícias G1. Diante da insistência, ele encerrou dizendo: "Outra pergunta. Vamos embora".

Mais tarde, após um encontro no Ministério da Marinha, o presidente eleito foi novamente questionado sobre o tema e ressaltou que a sua decisão ainda não foi tomada. "Para nós, não é um ponto de honra essa decisão. Agora, quem decide onde é a capital de Israel é o povo, é o Estado de Israel", afirmou. "Questão de agenda. Seria prematuro um país anunciar uma retaliação em função de uma coisa que não foi decidida ainda", completou sobre a posição do Egito diante da sua declaração.

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Reação egípcia

 

Ao declarar que pretende reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para a cidade quando assumir a presidência da República, a exemplo do que fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as relações diplomáticas do Brasil com o Egito entraram em crise.

Ontem, o Egito decidiu cancelar a visita oficial que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, faria ao país na próxima quinta-feira (8/11). Segundo a chancelaria egípcia, o motivo do adiamento é a incompatibilidade de agenda das autoridades locais. O Itamaraty confirmou a versão dizendo que a viagem foi adiada por razões de agenda e informou que uma nova data será definida "de comum acordo entre as partes".

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Nunes iria se encontrar com o presidente do país, o general Abdel Fattah al-Sisi, e com o chanceler Sameh Shoukry. Devido ao adiamento, uma comissão de pelo menos 20 empresários brasileiros que já se encontrava no Egito para fortalecer as relações comerciais entre os países deve retornar antecipadamente ao Brasil.

O 2º Fórum Econômico Brasil-Egito: Oportunidades de Negócios e Investimentos, que seria realizado nesta quarta-feira (7/11) pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em São Paulo, também foi cancelado.

Relações comerciais

 

A declaração inicial de Bolsonaro desagradou os países árabes, que atualmente são o quinto destino de exportações brasileiras, especialmente de produtos agropecuários como carne, frango e açúcar.

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Brasil e Egito firmaram um acordo de livre comércio em 2017. O Brasil exportou US$ 1,453 bilhão ao país entre janeiro e setembro deste ano, com destaque para carne, açúcar e milho. No mesmo período, as importações de produtos egípcios contabilizaram US$ 157 milhões, principalmente adubos e fertilizantes.

No ano passado, o Egito foi o segundo país que mais comprou carne bovina brasileira, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

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Source: Rural

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