A Minerva Foods, cuja história começou na cidade paulista de Barretos, já iniciou o ano de 2018 com o título de empresa líder em exportações de carne bovina in natura e derivados da América do Sul. A companhia comemora, pela segunda vez consecutiva, a conquista do Prêmio Melhores do Agronegócio na categoria Indústria da Carne Bovina. Presidida pelo executivo Fernando Galletti de Queiroz, a Minerva apresentou, no ano passado, resultados superiores aos do ano anterior, quando já havia alcançado a liderança no segmento.
E foi justamente nesse período que a Minerva completou 25 anos de vida e dez de empresa listada na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Apesar do momento bastante conturbado na economia, a performance da Minerva foi alavancada pelo avanço acelerado, bem planejado e robusto no cenário internacional, que se traduziu na aquisição de unidades como na Argentina e na elevação da capacidade de abate, decisões que transformaram as exportações na principal fonte de receita da companhia. “O ano de 2017 foi emblemático. Concluímos as aquisições internacionais, elevando em 50% a capacidade de abate da Minerva, ampliando o eixo de produção para outros países da América do Sul e nos tornando em 2018 a companhia líder na exportação de carne bovina na região, com participação de mercado de 25%”, diz Fernando.
Segundo ele, as aquisições foram concluídas em agosto do ano passado e, depois de consumadas, as operações internacionais passaram a representar 55% da sua capacidade operacional (21% no Paraguai, 19% na Argentina, 12% no Uruguai e 3% na Colômbia). “Internamente, as operações representaram 45% da capacidade da companhia”, diz.
Em junho de 2017, a Minerva iniciou o processo de compra de nove plantas frigoríficas da JBS Mercosul: três no Paraguai, uma no Uruguai e cinco na Argentina – um investimento de US$ 300 milhões. Assim, a capacidade de abate teve um salto de mais de 50%. Foi de 17.300 cabeças ao dia para 26.400 cabeças diárias.
A aquisição dos frigoríficos da JBS na Argentina permitiu à Minerva, que já operava em outros países do Mercosul, desembarcar no solo vizinho, onde até então não havia se estabelecido. E, na esteira da expansão externa, a receita líquida da Minerva totalizou R$ 6,557 bilhões em 2017 (foram R$ 6,243 bilhões no ano anterior). Do total, a maior fatia veio das exportações, que aumentaram em 11,4% o volume exportado de carne em 2017.
Fernando lembra que, no segundo semestre, a empresa tornou-se a maior exportadora de carne bovina do Paraguai. Pontua ainda o fato de o Chile, mercado em franca expansão, adquirir da Minerva 40% da carne que importa. A meta historicamente perseguida pela Minerva era atingir o status de empresa mais diversificada da América do Sul, o que foi alcançado com as aquisições. “Maior diversificação geográfica é fundamental para elevar a eficiência, a rentabilidade e, principalmente, aprimorar a gestão de risco de nossas operações”, explica Fernando Queiroz. A expansão no Cone Sul, diz o executivo, coroou essa estratégia.
Os produtos da companhia vão para 100 países e seus clientes ultrapassam os 70 mil – 30 mil deles na América do Sul. O executivo destaca que, mesmo com o crescimento robusto da companhia, os pilares erigidos em 1992, quando os irmãos Queiroz compraram a massa falida do Frigorífico Minerva, inaugurado em 1948, continuam sólidos. “Foco, disciplina e consistência. A companhia valoriza também a geração de valor para os acionistas”, completa Fernando.
Os negócios internos da Minerva, apesar da tempestade econômica não ter dado trégua no Brasil, não decepcionaram, afirma o executivo. “Observamos um aumento no consumo de carne bovina.” Ele atribui o cenário ao potencial de distribuição da companhia, que tem pontos de varejo em todo o país.
Exportação e confiança no consumidor brasileiro, por sinal, traduzem o planejamento correto da Minerva para evitar variações bruscas na receita: quando uma frente não vai bem, a outra dá resposta positiva e equilibra os resultados. E essa dinâmica reflete no caixa da companhia. No segundo trimestre deste ano, obteve receita bruta de R$ 3,9 bilhões, em comparação aos R$ 2,76 bilhões de igual período em 2017. “No acumulado dos últimos 12 meses (encerrados em junho deste ano), a receita bruta bateu recorde e atingiu R$ 15,6 bilhões, 49% superior ao resultado de 2017.”
Fernando diz que o desempenho do segundo trimestre foi marcado pela alta do dólar em relação ao real e ao peso argentino. “A atividade de exportação ficou mais atrativa e correspondeu a 64% da receita bruta. A empresa consolidou-se como maior exportadora de carne bovina da América do Sul, ao ampliar de 22% para 25% sua participação no volume embarcado.”
ilustração: Bárbara Malagoli
Source: Rural