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O ano ainda não foi encerrado, mas a divisão de grãos da Cargill na América Latina, mais uma vez vencedora na categoria Indústria de Soja e Óleos do Melhores do Agronegócio,  já tem rumo certo: dar continuidade ao planejamento focado na busca por eficiência, novas capacidades e a criação de um ambiente mais competitivo para driblar os graves problemas do setor agrícola exportador, como o custo da logística. “Vamos continuar consolidando oportunidades e investimentos (já anunciados neste ano, como o porto fluvial em Santarém (PA), por exemplo) nos próximos anos”, afirma Paulo Sousa, diretor da área na América Latina. Só no investimento no Pará, que inicialmente elevaria a capacidade de escoamento para 6 milhões de toneladas de soja entre as safras de 2022 e 2025, a multinacional injetará R$ 700 milhões.

No ano passado, a Cargill cresceu 6% no Brasil em relação ao ano anterior. A receita líquida passou de R$  32,2 bilhões, em 2016, para R$ 34 bilhões, em 2017, registrando um lucro líquido de R$ 532 milhões, e deve repetir – ou elevar – o ritmo de crescimento neste ano, período em que os vultosos e maiores investimentos em logística na Rota Norte, de R$ 1,3 bilhão, já foram concluídos e entraram em plena operação. “O que tem nos preocupado agora é a questão do custo do frete”, afirma o executivo, se referindo ao tema que sempre gera as maiores incertezas para as companhias exportadoras de grãos e que utilizam ou dependem do modal rodoviário. “Tivemos neste ano a greve dos caminhoneiros (no mês de maio) e a questão do tabelamento do frete. E aí vem a pergunta: qual será o custo para os usuários do frete no Brasil?”, exclama. “É um absurdo termos essa incerteza a esta altura do ano.”

Por ora – e enquanto também aguarda as definições para a construção da Ferrogrão, ferrovia que promete ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA) –,  Paulo Sousa volta sua atenção para tornar os investimentos que foram consolidados entre o final do ano passado e início deste ano cada vez mais eficientes.

Com as obras de infraestrutura na Região Norte e as operações da unidade expandida de esmagamento de soja em Três Lagoas (MS), a Cargill originou, processou e comercializou 29 milhões de toneladas de soja em 2017.

A expectativa para 2018 não é revelada, mas deve superar esse volume, graças ao aumento da capacidade de processamento.

 

Em 2019, será a vez da Bahia receber investimentos. Paulo diz que a companhia planeja a expansão da unidade esmagadora localizada em Barreiras, na região oste do Estado, onde atua desde o ano de 1995. O valor investido não foi revelado, mas ele dispara: “Para sermos competitivos, precisamos estar em forma e adquirir novas capacidades. Vamos continuar fazendo um esforço violento para sermos eficientes”.

“Estamos sempre de olho em consolidações que possam agregar valor à companhia, aumentando nossa eficiência. Enquanto o mercado interno não se estabiliza, vamos atuando com a mesma capacidade para atender ao cliente lá fora. É aquela coisa de fazer mais com o mesmo, com o que já temos.”

 

O executivo considera que o bom desempenho registrado pela sua divisão na multinacional na safra 2016/2017 se deveu também a um ano-safra de recuperação de preços no segmento, com uma “bela” ajuda do clima. “Tivemos uma safra normal, com uma maior rentabilidade. Os produtores rurais tiveram melhores condições e mais capacidade para negociar bons volumes”, lembra o executivo. “A safra foi escoada sem os problemas graves que tivemos no passado.”
Para o executivo, ainda é cedo para estabelecer números certeiros para a safra 2018/2019, em termos de comercialização, porque o momento econômico e político está provocando instabilidades.

“O mercado interno vai demorar um pouco para se estabelecer porque tudo o que está acontecendo (no cenário político e econômico brasileiro) está mexendo com todo mundo. É uma situação doméstica atrapalhada, que pode, sim, afetar a comercialização”, afirma.

Mas, por outro lado,  de acordo com ele, a demanda por grãos, principalmente soja, por mercados como a China (destino de 45% das exportações da Cargill) está aumentando.”

 

ilustração: Bárbara Malagoli

 
Source: Rural

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