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(Ilustração: Bárbara Malagoli)

A cidade de Volta Redonda, no sul do Rio de Janeiro, nem existia quando o presidente Getúlio Vargas, em 1941,  criou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em um distrito de Barra Mansa. Pouco antes, os irmãos Ribeiro Junqueira, Dirceu de Oliveira Martins e Sebastião de Oliveira Martins transferiram-se da então Capital Federal para Santo Antônio de Volta Redonda, então distrito de Barra Mansa, dipostos a investir na região. Compraram o Café Faraó, criado em 1938, e montaram uma fábrica de embalagens, feitas de papel e amarradas com barbante. Depois, chamaram o primo Ubirajara Oliveira, que era contador da Curtume Carioca, no Rio. A fundação de Volta Redonda ocorreria apenas em 1954.

 

Na década de 1960, o grupo adquiriu o Café Favorito, consolidando a empresa que leva o nome da companhia, que continua negociando com as duas marcas. “É difícil encontrar uma companhia assim, praticamente é raro empresas tradicionais nas mãos de uma mesma família”, diz Adriana Guedes de Oliveira, sócia-proprietária, diretora comercial do Café Favorito e filha de Ubirajara.

Adriana começou a trabalhar com o pai aos 12 anos. Após a morte de Ubirajara, ela e duas irmãs assumiram a direção da companhia. O que a motivou a trabalhar na fábrica muito cedo, lembra ela, foi ver tamanho esforço do pai. “Eu queria ajudá-lo, ele trabalhava muito. Tudo era manual. Somente em 1985 é que entraram as embalagens flexíveis e começou o processo de automação. Antes, era tudo feito na mão”, lembra a executiva. Ubirajara morreu em 2002, momento que sua sucessora considera ter sido o mais desafiante. “Foi muito difícil. Ele era uma figura muito presente nos negócios e era uma pessoa muito conhecida na região. O que mais senti foi a falta dele, essa presença física. Porque, na realidade, a gente já tinha o domínio do negócio, de todas as práticas, do conhecimento”, afirma.

As filhas fizeram do Café Favorito uma empresa líder na região, moendo hoje 10 mil sacas de 60 quilos por mês. Grande parte do sucesso da empresa, explica Adriana, reside na capacidade de selecionar os melhores grãos, que são fornecidos por fazendas do sul de Minas Gerais e do Cerrado Mineiro. “Temos um produto de excelência, pois conhecemos o café cru. Essa é a complexidade do negócio, ter o domínio da matéria-prima”, afirma. Os produtores são parceiros da empresa e muitos fornecem café 100% arábica há mais de 30 anos. Esse cuidado tem se refletido nas vendas. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 100 milhões, um aumento de 10% em relação a 2016. E, neste ano, a expectativa é crescer pelo menos 20% De acordo com a executiva, esse bom desempenho não era esperado. 

Leia a reportagem completa no 14º Anuário do Agronegócio Globo Rural, disponível nas bancas e no Globo +.

 

 
Source: Rural

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