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Um vulcão submarino perto do Japão, parte da região conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Sua atividade pode ser um dos motivos para o aquecimento da água do oceano, mas ainda não há consenso entre os cientistas (Foto: Reprodução/National Oceanic Atmospheric Adminstration – NOAA)

 

Nas três reportagens anteriores sobre El Niño e La Niña, explicamos como os órgãos meteorológicos identificam esses fenômenos, como seus efeitos impactam a agricultura brasileira e em que momento do ano isso costuma acontecer. Faltou explicar o que causa, afinal, o aquecimento ou resfriamento das águas do Pacífico Equatorial.

Resposta: não há consenso.

“É interessante isso. Existe uma série de teorias que tentam explicar, mas não há consenso porque nenhuma delas consegue ter uma lógica perfeita”, diz o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. “Fala-se de vulcanismo, atividade solar, ventos alísios, tremores de terra em profundidade, correntes marítimas e até salinidade da água”.

Conhecida como Círculo do Fogo, a região do Pacífico tem muitos vulcões, inclusive submarinos. De acordo com Celso, a teoria que associava o aquecimento da água à atividade dos vulcões era forte na década de 1980, quando o interesse no El Niño começou a crescer.

“Um experimento com boias que mediam a temperatura da água constatou que o aquecimento das águas durante o fenômeno é algo mais superficial. Então, teoricamente, não faz muito sentido que os vulcões em águas profundas tenham esse impacto. Mas ainda há quem defenda a teoria”, explica.

A radiação solar é outra hipótese, já que o sol tem períodos cíclicos de mais ou menos 11 anos em que a sua emissão de energia varia entre mínimos e máximos.

O que se sabe, com certeza, é que há uma relação entre os fenômenos e os ventos alísios. Presentes nas regiões dos trópicos, eles sopram em direção à linha do Equador. Quando há El Niño, os ventos na região do Pacífico são mais fracos. Com La Niña, mais fortes. “O problema é que não se sabe quem gera o quê. Se é a água mais quente que impacta nos ventos e, assim, diminui sua força, ou se é o vento que mistura menos ou mais a água e muda sua temperatura. Ainda há essa dúvida”, explica.

“Mas claro, o mecanismo dos fenômenos é razoavelmente conhecido, e, por isso, conseguimos fazer previsões e entender como eles funcionam. Não há consenso sobre as origens porque ainda há algumas falhas na explicação total da formação”, conclui Celso Oliveira.

Leia as reportagens anteriores da série El Niño e La Niña:

>> O que são os fenômenos El Niño e La Niña
>> Efeitos no clima e na agricultura
>> Em que momento seus efeitos aparecem

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Source: Rural

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