Os grandes campeões rústicos da raça angus desfilam na pista do parque Assis Brasil (Foto: Divulgação)
Sábado e domingo passado atraíram mais de 90 mil pessoas ao Parque Assis Brasil, em Esteio, Rio Grande do Sul, palco da 41ª Expointer, a mais importante mostra agropecuária brasileira. Fica pertinho de Porto Alegre. Enquanto a economia continua patinando e não se equilibra e as eleições prosseguem absolutamente indefinidas, o setor agropecuário segue em movimento, sustentando a balança comercial do país e mantendo o olhar fixado no futuro. A Expointer é o retrato da pujança do campo.
E terminou no último domingo a Expogenética de Uberaba (MG). Foram quebras sucessivas de recordes, seja de negócios, público presente, visitante de outros países e gado de genética top. O pessoal da ABCZ, entidade que representa o gado zebuíno e que promove a Expogenética, está satisfeito.
Já em Esteio, o gado europeu que lá desfila é imbatível. Tem angus, hereford, normando, simental, limousin, braford e outras raças afeitas ao clima frio do Rio Grande do Sul. A carne desses animais está entre as mais saborosas do mundo.
Eu faço cobertura da Expointer desde 1986, quando repórter do jornal O Estado de São Paulo, o Estadão. Faz tempo. Para o leitor ter ideia, naqueles tempos não havia participação de gado zebu, como nelore, guzerá, brahman – este último ainda não tinha chegado ainda ao Brasil. Hoje não, essas raças que vieram da Índia (zebuínas) estão espalhadas pelas argolas do parque e concorrem aos julgamentos.
Nos últimos anos, o cruzamento industrial entre o europeu e o zebu foi uma descoberta revolucionária e mudou o perfil da pecuária nacional. Além de ampliar o mercado para todas essas raças, é claro.
Culturalmente falando, o gaúcho defende a sua tradição. Nos meus tempos de Estadão e Folha de S. Paulo – neste último trabalhei durante toda a década de 1990 -, somente as cantigas da região eram as preferidas nos alto-falantes do parque. Ícones do sertanejo, como Chitãozinho e Xororó, não eram muito lembrados. A preferência era dirigida ao canto de temática regionalista, como o missioneiro, por exemplo.
Ah, sim, estava esquecendo de falar do charolês, um robusto animal do Continente Europeu. Por sinal, dois exemplares dessa raça francesa e que desembarcou pela primeira vez no Sul do país há várias décadas, pesaram, cada um, 1.265 quilos. Deu um empate inédito, portanto, entre dois touros que concorreram ao título de o mais pesado da Expointer 2018. Se não me engano, há 30 anos atrás, o campeão de peso não emplacava os 1.000 quilos.
Bonito de curtir também são as centenas de ovinos e caprinos que estão alojados no parque e que são integrantes de destaque da pecuária do Rio Grande. Compõem as belas paisagens do Estado sulino.
Ah, sim, outra atração no colorido do parque são os lindos cavalos da raça crioula, os mais afeitos à lida com o gado nas cabanas do Rio Grande do Sul.
>> Leia outras notas na coluna de Sebastião Nascimento
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Source: Rural