Como plantar (Foto: Thinkstock)
A combinação de cores em folhas grandes e com textura de couro garante à planta vendas no setor de floricultura, voltado tanto para o segmento de corte quanto ao de paisagismo.
Na decoração de ambientes, as folhagens tropicais são tão requisitadas quanto as espécies florais. Plantadas ao ar livre em jardins ou em vasos no interior de casas, salões comerciais e escritórios, ornamentam os locais com seus formatos e cores variadas. E, como demandam pouco investimento para o plantio, são também lucrativas na floricultura, com opções de empreendimento que exigem apenas a dedicação do produtor.
Planta arbustiva perene, popularmente chamada de dracena-vermelha e coqueiro-de-vênus, a cordiline (Cordyline terminalis) se destaca no mercado de folhagens de corte. Pela combinação exuberante de cores e folhas em abundância, é muito procurada para composição de arranjos usados como adornos em eventos – de festas sociais a atividades corporativas.
A beleza da cordiline ainda garante popularidade entre as plantas ornamentais utilizadas no paisagismo, seja em vasos, jardineiras ou diretamente no solo. Com altura variando de 1,2 a 1,8 metro, tem efeito exuberante em maciços, conjuntos e bordaduras, principalmente rente a muros ou como cercas vivas, podendo ser integrante de projetos paisagísticos de praças, parques e canteiros de avenidas.
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Se bem manejada, a folhagem pertencente à família Agavaceae tem um ciclo produtivo prolongado, resultando por muito tempo em uma mercadoria rentável ao produtor. O vigor e o colorido intenso das folhas simples e inteiras, que crescem de 30 a 60 centímetros de comprimento em forma de tufo ou roseta, podem permanecer por mais de uma década, se estendendo por até 15 a 20 anos. Entretanto, em cultivos comerciais, a cordiline deve ser protegida contra vento para assegurar a qualidade da planta.
Nativa da Ásia oriental, a cordiline tem uma grande variabilidade de tons, resultado das seleções da maioria das cultivares obtidas a partir de sementes e, posteriormente, multiplicadas por meio de estacas, propagação mais comum atualmente. Originalmente vermelhas, as folhas grandes, alongadas e com textura de couro, sendo algumas brilhantes, possuem hoje em dia diversas combinações. Há variedades verdes, róseas, arroxeadas, listradas e manchadas.
A cordiline tem boa adaptação para se desenvolver em todas as regiões do país, mesmo sob o frio mais acentuado que ocorre nos Estados do Sul, onde a preferência é pelas cultivares mais robustas utilizadas para decorar espaços de interior e jardins de inverno.
Mãos à obra
>>> INÍCIO Baby doll, firebrand e kiwi são as cultivares de cordiline mais populares. Podem ser adquiridas de outros produtores e viveiristas. Certifique-se da idoneidade do estabelecimento de vendas para garantir a compra de mudas saudáveis.
>>> AMBIENTE A meia-sombra é o ideal para que a cordiline obtenha mais intensidade no colorido das folhas, embora a planta também se desenvolva bem sob sol pleno. Apesar de tolerar temperaturas baixas, a faixa ideal para o cultivo da folhagem vai de 18 ºC a 35 ºC. O arbusto gosta de umidade relativa do ar entre 60% e 70%.
>>> PROPAGAÇÃO Por estaquia é a mais recomendada e pode ser realizada facilmente na propriedade. Plante estacas de caule diretamente nos vasos ou, para aumentar o enraizamento, coloque-as em câmaras com irrigação de névoa intermitente. Se desejar, utilize sementes que apresentem boa germinação. Em bandejas elevadas, cubra-as com cerca de 1 centímetro de substrato leve, mantendo-o úmido até o desenvolvimento das mudas, que poderão ser transplantadas com 5 a 10 centímetros de altura.
>>> PLANTIO Da cordiline deve ser em solo areno-argiloso, fértil e bem drenado, mas sem ficar seco completamente. São necessárias regas constantes, porém, evite o encharcamento, para não comprometer a saúde das raízes. O pH indicado é entre 5,5 e 6.
>>> ESPAÇAMENTO Das mudas é de acordo com a variedade a ser plantada, pois elas apresentam diferentes portes. Em média, recomenda-se de 60 a 80 centímetros de distância para plantas maiores e de 40 a 60 centímetros para menores.
>>> ADUBAÇÃO De 400 gramas de nitrogênio, 200 a 250 gramas de fósforo e 350 a 400 gramas de potássio deve ser aplicada de acordo com o tipo de produção. Para cultivos comerciais, é indicada a cada dois meses e, em jardins, de duas a três vezes ao ano. Análise do solo e consulta a um técnico são necessárias para definir a exata quantidade de adubo. Em cultivos intensos, faça fertilização foliar semanalmente com formulações na forma de quelatos, aminoácidos ou metalosatos, desde que tenham alta solubilidade e sejam de qualidade. A dosagem é de 1,5% a 2%, com avaliações trimestrais para saber a necessidade de alterações das medidas.
>>> CUIDADOS Ao longo do cultivo incluem limpeza da área do plantio, eliminando ervas daninhas, e das plantas, retirando folhas e outras partes que estiverem quebradas, secas ou doentes. É preciso atenção quanto a ataques de cochonilhas, ácaros, pulgões e fungos.
>>> PRODUÇÃO Em média, é de uma a duas folhas por semana, ou uma a três ponteiras a cada semestre. Em quatro a seis meses após o plantio, as folhas da cordiline atingem o desenvolvimento e o tamanho comerciais. Antes da colheita, as plantas devem estar bem hidratadas, para estender a durabilidade das folhas. Faça uma irrigação na noite anterior à execução do corte, que deve ser nas primeiras horas da manhã. Em seguida, imediatamente coloque as folhas em recipientes com água com solução bactericida.
*Consultor: Fábio Alessandro Padilha Viana, doutor em agronomia, especializado em paisagismo e floricultura, sócio da Plantas & Planos Assessoria e Consultoria em Agricultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade: (61) 98601-8619, fabioapviana25@gmail.com
Source: Rural