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Entre os pombos mais conhecidos existentes por aqui estão king, rabo-de-leque, peruca, cacheado, papo-de-vento holandês, papo-de-vento inglês e gravatinha (Foto: Richard Bailey/Getty Images)

 

Enternecidos com a presença graciosa de pombos pela cidade, moradores gostam de jogar alimentos nas calçadas para agradar as aves. O hábito, no entanto, não é recomendado, pois o pássaro, aparentemente inofensivo, tem em suas fezes uma fonte de transmissão de doenças, cujos sintomas em pessoas contaminadas incluem dores de cabeça, abdominais e musculares, febre e mal-estar.

De difícil controle quando prolifera-se em bando, o pombo chega a ser considerado uma praga urbana, por causar infestação em ambientes. Contudo, diferentemente dos que ficam soltos em ruas e praças, há os que são destinados para a criação em cativeiro, atividade da qual o produtor pode inclusive extrair uma renda complementar para seu orçamento mensal.
Aprumados e formosos, os pombos tratados em gaiolas ou viveiros são desenvolvidos para participar de concursos, exposições e diversos outros eventos. Os de plumagem branca e volumosa, por exemplo, são procurados para realizar revoadas em comemorações de todos os tipos, como casamentos, formaturas, aniversários e festas religiosas.

Chamados columbófilos, os criadores de pombos também são representados por profissionais que buscam por novas tonalidades e combinações exuberantes de cores, realizando seleções por meio de cruzamentos entre exemplares da espécie, cujo fim é o segmento de ornamentação. Estima-se a presença de centenas de pombos ornamentais no Brasil, porém, todos são de raças oriundas de outros países, principalmente dos continentes europeu e asiático e de regiões andinas.

Entre os pombos mais conhecidos existentes por aqui estão king, rabo-de-leque, peruca, cacheado, papo-de-vento holandês, papo-de-vento inglês e gravatinha. Com sentido de orientação apurado e capacidade de retornar de onde saiu após percorrer quilômetros de distância, o pombo correio é o mais popular. Conta até com uma federação, que regulamenta a prática desportiva da columbofilia em território nacional.

Além da beleza das penas coloridas, os pombos ornamentais podem gerar ovos e carnes para consumo. Pouco difundidos entre os brasileiros, que, em geral, os incluem na lista de alimentos exóticos, ambos os produtos da ave são nutritivos e com demanda certa no mercado internacional. Tenra e de sabor levemente adocicado, a carne é proteína que tem lugar por aqui em cardápios de restaurantes franceses.

Sem grandes dificuldades para execução, o manejo de pombos tem como maior exigência proteger as aves da umidade e assegurar a higiene do ambiente. A alimentação é à base de ração vendida no varejo agropecuário, e o criador não precisa de muito espaço para se dedicar à atividade. Monogâmicos e muito companheiros, os casais dividem tarefas como a construção dos ninhos, a choca dos ovos e a criação dos filhos.

*Valmir Guedes Vieira é criador de 34 raças de pombos ornamentais, tels. (11) 99427-1476 e (11) 3258-2640, vguedesvieira@yahoo.com.br

Onde adquirir: solicite referências do vendedor para assegurar o comércio legal e a qualidade das aves

Mais informações: Federação Columbófila Brasileira, Rua Américo Brasiliense, 1763, Vila Seixas, CEP 14015-050, Ribeirão Preto (SP), tel. (16) 99184-5955

 

As aves são procuradas para fazer revoadas em comemorações como casamentos, formaturas, aniversários e festas religiosas

mãos à obra

>>> INÍCIO A atividade deve começar com mais de um casal. A recomendação é para que o cruzamento da segunda geração não seja restrito entre irmãos, pois o nascimento de aves consanguíneas pode resultar em descaracterização da raça e até em defeitos físicos. Aliás, para conservar melhor as características, mantenha juntos pombos de raças iguais sem misturar com outras origens.

>>> RAÇA Escolha os primeiros exemplares de acordo com o objetivo da criação. Há pombos mais indicados para ornamentação, corte ou produção de ovos, embora possam reunir todas as aptidões. O king é uma raça ornamental que também pode ser destinada para postura e para abate, sobretudo a de cor branca.

>>> AMBIENTE Apesar de serem resistentes para viver sob diferentes temperaturas, pombos criados em cativeiro precisam de locais arejados, mas sem a possibilidade de haver correntezas de vento. Gaiolas ou pombais com boa luminosidade são adequados para assegurar que as aves se desenvolvam em instalações secas e sem contato prolongado com a umidade.

>>> ESTRUTURA Gaiolas para o manejo de pombos podem ser adquiridas em lojas de produtos agropecuários. As de 1 metro quadrado e feitas de arame galvanizado são apropriadas para um casal. Viveiros ou pombais são uma alternativa para quem tiver um pouco mais de espaço. Em uma área de 2 por 2 metros, o próprio criador pode fazer uma construção de alvenaria, reservando uma parede para colocar tela de arame. Cubra com telha de barro.

>>> ALIMENTAÇÃO Forneça de 30 a 40 gramas de ração balanceada vendida em lojas de produtos agropecuários. Para auxiliar a digestão e a trituração da comida, acrescente uma mistura de areia e pequenas pedras (pedriscos). Como fonte de cálcio adicional, acrescente aos poucos no comedouro um preparado batido no liquidificador com 1 quilo de farinha de ostra, mais 1 de tijolo e outro de sal de cozinha.

>>> ÁGUA Alivia tanto a sede quanto ameniza o ataque de parasitas, praga que gosta do sangue quente da ave, que atinge 35 ºC. Além do bebedouro, disponibilize um pequeno recipiente com água onde o pombo possa se banhar.

>>> CUIDADOS Com umidade e vento em excesso devem ser realizados e seguir o programa anual de aplicações de vacinas e vermífugos. A higienização do local é importante, lavando com água e sabão o piso e as grades das gaiolas.

>>> REPRODUÇÃO É, em geral, de um casal em cada postura, ocorrendo de quatro a cinco vezes por ano. A eclosão dos ovos é realizada após 18 dias de choco, revezado entre a fêmea, que se dedica à tarefa durante à noite, e o macho, ao longo do dia. Os filhotes são alimentados no bico pelos pais, que, nos primeiros dias, regurgitam um nutritivo suco leitoso, passando a fornecer grãos mastigados e fermentados nas semanas seguintes.

RAIO X

Criação mínima: ideal iniciar com, pelo menos, dois casais
Custo: em média, R$ 200 é o preço do casal
Retorno: aproximadamente 6 meses
Reprodução: de 4 a 5 posturas por ano

*Matéria orginalmente publicada na edição 381 em julho de 2017
Source: Rural

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