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Número de expositores cresceu 20% nesta edição. (Foto: Bahia Farm Show/Divulgação )

 

 

Depois de quase ter sido cancelada, devido à greve de caminhoneiros, a Bahia Farm Show deve atingir resultados além das expectativas, segundo a própria organização do evento, realizado entre os dias 5 e 8 de junho em Luis Eduardo Magalhães, oeste baiano. Entre os expositores, as impressões variaram, mas com predomínio de um movimento positivo de venda.

A estimativa da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) é de consolidação da exposição como ‘feira do bilhão’. “Esperamos superar o montante de negócios do ano passado, que foi de R$ 1,5 bilhão após o fechamento do último dia da feira. O resultado está além das expectativas”, antecipou a coordenadora do evento Rosi Cerrato.  A feira reuniu 200 expositores, 20% mais que no ano passado, e 900 marcas em seus estandes. O balanço final de negócios realizados será divulgado esta semana. 

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Entre as instituições financeiras, o Banco do Brasil declarou resultados acima das expectativas, com ênfase na procura por crédito para aquisição de máquinas e implementos. “Há muita expectativa de chegarmos a 200% de aumento nos negócios fechados. Maquinário já superou em 60% sobre o ano passado”, disse o gerente de negócios Cleverson Vieira. Os números são atribuídos por ele ao bom momento por que passa o agronegócio no país, que acaba de colher uma boa safra de soja e alcançar boas cotações. “Por isso este ano terá uma efetividade maior, pois o limite de crédito do agricultor aumentado e a capacidade de pagamento também”, analisa Vieira.

Sem citar números, o gestor de agência do Banco Nordeste Romildo Oliveira também destaca o efeito positivo da produtividade da soja sobre a busca por novos financiamentos. “Estamos tendo demanda significativa e diversificada entre produtos como equipamento, energia fotovoltaica e armazenamento”, afirmou. A disposição do produtor para investir viria, segundo o gestor do Banco Nordeste, como resultado não apenas deste ano, mas dos dois últimos anos, uma vez que no ano passado também houve um bom resultado de colheita, a supersafra de 2017. “São dois anos atípicos. A procura está mais qualificada porque o produtor já tem definido o que ele quer. E ele busca inovação, tecnologia e maior eficiência energética reduzindo seus custos  operacionais.

Antes do término da feira, a fabricante de maquinário Jumil comemorava um volume de vendas 20% superior em relação às de 2017. Tendo uma plantadeira como carro-chefe, com preço entre R$ 10 mil a R$ 1 milhão, conforme o número de linhas de plantio, a empresa costuma ter no evento 90% de suas vendas anuais na região. “Já tínhamos fechado um número muito bom de negócios antes da feira, então por conta desse fechamento antecipado, não esperávamos tanto mais”, afirmou o representante comercial Adelir Menegotti.

Para a Saturno, com portfólio de produtos liderado por um modelo de balança automática, as vendas também apresentaram resultados positivos. “Está bom, melhor em relação ao ano passado em 40%”, disse o gerente comercial Daniel Jung. Segundo ele, muitos clientes agendados chegavam interessados em tecnologia do produto da marca, conhecida pela inovação. “As pessoas estão mais interessadas até porque está havendo uma reciclagem dos produtores, que estão dando lugar aos seus filhos. E a nova geração já vem habituada ao uso de tecnologia”, observou Jung.

Descontente com o andamento das vendas, a Massey Ferguson atribuiu o mal resultado durante a feira à crise nas estradas dias antes. “Foi muito aquém das expectativas. Nossa expectativa era boa até antes da greve (dos caminhoneiros), mas tivemos 70% menos em negócio”, disse o coordenador comercial Luis Vargas. A colheitadeira é o principal item comercializado pela marca, famosa pela tradição no mercado. Para Vargas, a explicação para a redução nas vendas é o provável sentimento de insegurança do produtor na comercialização da safra. “O cliente está com outra postura, outro pensamento, quer repensar seu investimento mesmo tendo sua safra excelente. A questão é: quem compra soja? Não tem quem compre”, analisa.

* A jornalista viajou a convite da Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia (AIBA).
Source: Rural

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