ABPA admite a possibilidade de efeito da decisão dos chineses sobre as exportações de carne de frango para o país, mas descarta, pelo menos de início, retração no comércio (Foto: Reprodução)
O governo da China anunciou que vai impor tarifas sobre importações de carne de frango do Brasil. Segundo o comunicado do Ministério do Comércio, o produto brasileiro prejudicou “substancialmente” a indústria local. As tarifas começam a vigorar neste sábado (9/6). Empresas que importam o frango brasileiro devem fazer depósitos alfandegários que variam de 18% a 34% dos valores das cargas.
Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) protestou contra a medida, que chamou de direito antidumping provisório. Segundo a entidade que representa a indústria de frango, não existe relação entre a carne de frango do Brasil e eventuais prejuízos ao mercado local do produto.
“A entidade considera que a determinação da medida é um retrocesso nas boas relações comerciais construídas por brasileiros e chineses ao longo desta década, bem como na parceria visando à complementariedade na garantia da segurança alimentar da China“, diz a nota, divulgada nesta sexta-feira (8/6).
Segundo a ABPA, a investigação sobre os efeitos do frango brasileiro no mercado chinês foi iniciada em agosto de 2017. Um processo que, de acordo com a entidade, incluiu empresas que não exportam frango para o país asiático.
>>> Indústria de aves e suínos estima perdas em R$ 3 bilhões com greve
>>> Tyson Foods compra empresa de frango orgânico Tecumseh Poultry
>>> BRF diz que continua avaliando estrutura antes de escolher CEO
“A decisão é provisória. A medida final será anunciada em agosto deste ano. A ABPA continuará a trabalhar no âmbito do processo, buscando reverter a decisão imposta temporariamente“, diz a entidade, sem detalhar no comunicado que tipo de medidas poderiam ser adotadas.
A entidade reconhece que a decisão do governo chinês tem potencial para reduzir o comércio de frango com o país. No entanto, avalia, pelo menos por enquanto, que o fluxo comercial deve ser manter nos atuais níveis, já que há uma forte demanda. No ano passado, os embarques somaram 391,4 mil toneladas. O volume representou 9,2% do total exportado pela indústria brasileira no ano passado.
Source: Rural