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A operação "padrão" de auditores fiscais agropecuários tem afetado a importação de insumos para a produção de ração animal diante da demora no desembaraço das cargas que chegam a portos brasileiros. A movimentação de servidores federais acontece desde o final de dezembro, após o orçamento da União para 2022 prever reajuste salarial apenas para as carreiras policiais

De acordo com o presidente do  Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani, a Central de Análise, primeira etapa do processo, está levando cerca e 5 dias ante uma média de 24 horas antes do início da movimentação dos auditores fiscais agropecuários e da receita federal.

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Fiscalização agropecuária está em operação padrão desde 28 de dezembro (Foto: Mapa/Divulgação)

 

“A gente já percebe e já tem queixa de atrasos na emissão de certificados sanitários para exportação e na entrada, autorização, desembaraço e avaliação de insumos que entram que são trazidos de fora”, destaca Zani. Nos processos em que os produtos são conferidos fisicamente, a demora tem sido superior a sete dias para a emissão da Licença Importação, gerando atrasos em toda a cadeia. “Isso se reverte em aumento de custo. São custos adicionais por conta do produto ainda parado na zona aduaneira, porque você paga o navio que está parado ali. E ainda tem o custo psicológico e de imagem junto ao seu cliente que está esperando e você não está atendendo no prazo”, completa o presidente do Sindirações.

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Iniciada no último dia 28, a operação padrão dos auditores fiscais agropecuários tem se restringido aos prazos regimentais, com turnos de oito horas diárias, sem horas extras não compensadas ou remuneradas. “A gente está percebendo um recrudescimento desse processo operacional burocrático brasileiro, o que vem também vem agravar esse cenário [de alta e escassez de insumos]”, reclama Zani. Segundo ele, o Sindirações e outras sete entidades enviaram ofício ao governo federal há uma semana pedindo que sejam tomadas providências para evitar a interrupção ou atrasos no fluxo comercial.

“O que a gente está pedindo é que o governo tenha um plano de contingência que evite esses problemas que eu listei, embora a gente já esteja sentindo essa diminuição de ritmo que atrapalha a dinâmica da cadeia produtiva”, completa o executivo ao revelar certo pessimismo do setor com as perspectivas para os próximos dias. “Há rumores de que realmente pode se configurar, sim, uma greve generalizada e o nosso setor, por tratar com produtos perecíveis, diante de um cenário de adversidades climáticas e escassez de alguns insumos, se ainda tiver mais esse problema interno, a situação vai ficar bem dramática”, alerta o presidente do Sindirações.

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Procurado, o Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) informou em nota que a categoria não paralisou suas atividades e que o ritmo normal de trabalho permanece para as atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas vivas, a fiscalização de bagagens de passageiros e de animais de companhia (pets).

“A operação também não atinge cargas vivas, produtos perecíveis e o diagnóstico de doenças e pragas, evitando comprometer programas de erradicação e controle de doenças importantes para o Brasil, à exemplo da Febre Aftosa, à Peste Suína Africana (PSA) e de pragas que poderiam colocar em risco políticas sanitárias do setor agropecuário”, assegura o Sindicato.

Source: Rural

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