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A produção brasileira de soja deve ficar em 134,2 milhões de toneladas, segundo projeção divulgada nesta quinta-feira (13/1) pela Agroconsult, durante coletiva de apresentação de mais uma edição do Rally da Safra, expedição que percorre os principais polos agrícolas do país para mensurar no campo, por amostragem, o potencial das lavouras. A consultoria reduziu em 7% sua previsão de safra de soja, que em setembro foi estimada em 144,3 milhões de toneladas. Em relação às 137,1 milhões de toneladas produzidas na safra passada, a queda é de 2%.

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Seca provocou perdas no Paraná. Produtividade média estimada é de 45 sacas por hectare (Foto: Sergio Ranalli)

 

André Pêssoa, sócio-diretor da Agroconsult, observa que a estiagem que castigou as lavouras no Sul do país derrubou a produtividade nacional da soja para 55 sacas por hectare, ante o recorde de 59,6 sacas por hectare projetado em setembro do ano passado e as 59,3 sacas por hectare colhidas na safra passada.

O levantamento da Agroconsult mostra que as maiores perdas provocadas pela seca ocorreram no Paraná, onde a produtividade é estimada em 45 sacas por hectare, ante as 63 sacas por hectare projetadas em setembro do ano passado e as 61 sacas por hectare colhidas no ano passado.

André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, explica que a seca ocorrida em dezembro prejudicou a soja precoce no Paraná, especialmente na região oeste, onde em casos extremos houve perdas de até 100%. Na região, a quebra foi de em média 70%.

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Em Mato Grosso do Sul, a Agroconsult prevê quebra de 20% na produtividade para 48,5 sacas por hectare, ante às 60,5 sacas por hectare projetadas em setembro do ano passado e abaixo das 58,6 sacas por hectare colhidas na safra passada. Debastiani observa que a situação da soja, por causa da estiagem, é crítica na região sul do MS, que responde por dois terços da produção estadual.

No Rio Grande do Sul, a quebra esperada na produtividade é de 14,3%  para 48 sacas por hectare, ante às 56 sacas estimadas em setembro. O volume é inferior às 57,9 sacas por hectare colhidas na safra passada.  Debastiani relata que a falta de chuvas e as altas temperaturas de dezembro levaram ao abortamento de flores e à necessidade de replantio em algumas áreas.  “Voltou a chover em janeiro, mas é preciso a regularização completa para que os problemas não aumentem”, diz ele.

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A situação das lavouras é diferente nas demais regiões, onde a preocupação é com o excesso de chuvas.  Em Mato Grosso, por exemplo, o clima nublado e as chuvas de novembro e dezembro geram preocupação em relação ao peso do grãos e á qualidade dos grãos, mas a perspectiva da Agroconsult ainda é de uma safra excelente. A consultoria elevou sua projeção da produtividade da soja em Mato Groso para 60 sacas por hectare, ante às 59 sacas previstas em setembro.  As equipes do Rally da Safra que desde o último domingo percorrem as áreas de soja em Mato Grosso constaram o potencial produtivo das lavouras, que pesem problemas de umidade e alta incidência de percevejos.

A Agroconsult manteve inalterada a expectativa de produtividade em Goiás e Minas Gerais. No caso de Goiás, a projeção é de colheita de 62,6 sacas por hectare, acima das 61,4 sacas por hectare colhidas na safra passada. Debastiani diz que as perspectivas para as lavouras de soja são boas, mas há previsão de muita chuva para as próximas semanas no sudoeste goiano,  o que pode provocar atraso na colheita e afetar a produtividade e a qualidade do grão. Em Minas Gerais, a produtividade é estimada em 63 sacas por hectare, mas o excesso de chuvas desde dezembro vem atrasando o manejo de defensivos e gera preocupação em relação ao peso e qualidade dos grãos.

O clima chuvoso e nublado também afeta as lavouras na região Norte e Nordeste, prejudicando o manejo das lavouras e gerando receio de perdas da qualidade e peso dos grãos. Na Bahia, a Agroconsult mantém a projeção de colheita de 63,5 sacas por hectare. Para Tocantins, Piauí e Maranhão, a projeção de produtividade está mantida em 55,7 sacas por hectare.

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Source: Rural

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