Skip to main content

A Polícia de São Paulo prendeu, nesta quarta-feira (22/12), Rinaldo Ferrarezi, um segurança da Fazenda Água Sumida, onde cerca de mil búfalas foram encontradas com sinais de maus tratos, em Brotas (SP). O proprietário da fazenda, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, também teve a prisão decretada, mas não foi encontrado e é considerado foragido, de acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).

LEIA TAMBÉM: Búfalas de Brotas: veterinária que fez a necropsia dos animais explica riscos ambientais e sanitários

Hoje sob tutela da ONG Amor e Respeito Animal, búfalas sobreviventes recebem tratamento veterinário para se recuperar dos maus tratos (Foto: Divulgação/Catharina Bastos)

Em nota, o MPSP informa que a prisão foi determinada pelo desembargador Euval Chaib, a pedido dos procuradores estaduais, revertendo uma decisão da primeira instância da Justiça. Em sua decisão, o desembargador destacou ser "importante frisar que o caso em tela, de notória repercussão e conhecido como “As Búfalas de Brotas”, sendo, inclusive, reportado em diversos meios de comunicação, envolve a prática de maus tratos a 1.000 (mil) búfalos e 70 (setenta) cavalos que os denunciados possuíam em sua propriedade rural, sendo, ao menos até o oferecimento da peça vestibular, encontrados restos mortais de ao menos 137 (cento e trinta e sete) animais".

De acordo com a Rádio CBN, Ferrarezi foi detido no município de Ribeirão Bonito (SP) e deve cumprir a prisão preventiva no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, já que é policial militar aposentado. A defesa do segurança disse que a prisão é desnecessária e que vai preparar uma contestação. Advogados do pecuarista Luiz Augusto Pinheiro de Souza não quiseram se manifestar, de acordo com a reportagem.

A prisão do segurança e do pecuarista tinha sido pedida pelo Ministério Público de São Paulo sob a acusação de maus-tratos a animais. Sebre o dono da fazenda Água Sumida, pesam ainda acusações de falsificação de documentos e falsidade ideológica. Mas o pedido de presão com base nessas alegações foi negado pela Justiça, diz a reportagem. Luiz Augusto Pinheiro de Souza já havia sido preso, mas pagou fiança e foi liberado.

Souza negou as acusações de maus tratos. Em entrevista ao portal G1, publicada no início deste mês, ele disse que a situação em que os animais foram encontrados era consequência de estiagem e idade avançada dos animais. 

"Existe uma diferença em 'deixar para morrer', como dizem, e 'morrer naturalmente'. Na maioria, são vacas que estão velhas, que procriaram, produziram. Eu não posso matá-las, mandá-las para o abate, só porque estão velhas. O animal vai ficando velho e vai tendo dificuldade de locomoção, perde os dentes, não consegue absorver todos os nutrientes e vai emagrecendo", alegou.

saiba mais

Caso das búfalas de Brotas prejudica imagem da pecuária

Caso de Brotas deve ser considerado crime e alerta, afirma pecuarista referência em bem-estar animal

 

Ele negou também que os animais tenham ficado sem água. E afirma que os estoques eram abastecidos diariamente. E que não faz sentido ser acusado de deixar morrer de forma proposital animais que são sua fonte de renda. "Por que eu ia confinar para morrer se eu posso vender? Se eu quisesse matar, ou se quisesse acabar com elas, eu venderia. No preço que está a carne hoje, eu venderia. Então é um absurdo dizer que eu deixei confinada para matar ", declarou, segundo o G1.

O caso da búfalas de Brotas gerou uma onda de indignação tanto entre ativistas quanto entre pecuaristas e representantes da cadeia produtiva da pecuária bubalina. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), criadores se uniram na doação de alimentos para o rebanho, que está sob o cuidado de representantes de organizações não-governamentais.

Em entrevista à Globo Rural, no início deste mês, o delegado responsável pela investigação, Douglas Falsarella, disse que pretende abrir um inquérito de crime contra a saúde pública. “Terminando essa investigação, vou dar início a outra que vai apurar crimes contra a saúde pública, porque ele extraía leite das vacas, mas a estrutura dele era muito precária, contrária à lei e em desacordo com as normas vigentes no país”, revelou.

 

 

 

 
Source: Rural

Leave a Reply