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O agronegócio brasileiro é cativante. O trabalho digno e a competência em todas suas áreas – antes, dentro e depois da porteira – resultaram no desenvolvimento atual do setor, que tem sido a energia propulsora e renovável de nossa nação.

O apoio da pesquisa e da ciência, por meio da atuação brilhante da Embrapa e das universidades, eleva o nível tecnológico e a produtividade de nossas áreas cultiváveis, ampliando a capacidade de fornecer alimentos saudáveis e revigorando os solos para capturar o carbono.

 

E, a atuação governamental, através da liderança da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, oferece condições para potencializar o comércio de produtos brasileiros, por meio da construção de parcerias estratégicas e abertura de novos mercados.

Entretanto, há ainda muito trabalho a fazer para fortalecer ainda mais o agro brasileiro, que é fundamental para o crescimento e desenvolvimento social, econômico e ambiental do país.

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Primeiramente, é preciso lembrar da diversidade desse setor, com as indústrias globais, grandes propriedades rurais e culturas no topo da cadeia mundial, de um lado; enquanto do outro, estão mais de quatro milhões de produtores com áreas entre 1 a 50 hectares. Para atender realidades tão distintas, somente a união de toda a cadeia terá a força necessária para transformar o cenário vigente. Isso requer diálogo.

E, nessa mesa de debates, haverá opiniões divergentes sobre pontos específicos, mas, ao mesmo tempo, deveria ter um consenso geral em aspectos fundamentais para a consolidação de um agro ainda mais robusto, como diminuir o fosso da disparidade social, oferecer para todos os produtores, independentemente do porte e da atividade, mais acesso à tecnologia e financiamento privado, e possibilitar melhores condições de comercialização tanto no mercado interno como no externo.

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A segunda questão é a formalização de uma agenda agroambiental. Atualmente, 99% do setor entende a importância da conservação dos biomas, dos recursos naturais, das florestas e das políticas socioambientais para seus próprios negócios, tanto é verdade que o Brasil é campeão mundial na implantação de tecnologias para uma agricultura de baixo carbono, como a ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), plantio direto, recuperação de pastagens degradadas, fixação biológica de nitrogênio, entre outras.

Contudo, a consolidação dessa agenda possibilitará o desenvolvimento de novos mercados estruturados, como a bioeconomia circular e o carbono verde, a remuneração aos produtos rurais pelos esforços na proteção das florestas e dos biomas, e, sobretudo, a aplicação contundente da lei perante as atividades ilegais – desmatamento ilegal, às queimadas e à ocupação criminosa –, que acontecem, especialmente, na Amazônia. Aliás, é necessário refletir que todo o Brasil – governo, empresas e sociedade – perde com essa questão danosa na Amazônia.

É urgente a implantação de medidas para diminuir os gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e consequente mudança do clima. Caso contrário, os impactos que enfrentamos atualmente como sociedade e no cultivo de nossas produções serão ainda mais extremos

Marcello Brito

Por isso, a importância de avaliar os dados apresentados pela ciência, que tem comprovado ano após ano os efeitos danosos das mudanças climáticas no longo prazo. O último relatório do IPCC, inclusive, mostrou que a temperatura do planeta está cerca de 1,09°C maior que a observada no período de 1850 a 1900, e ressaltou como esta década será decisiva para manter o aumento da temperatura a 1,5°C.

Dessa maneira, é urgente a implantação de medidas para diminuir os gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e consequente mudança do clima. Caso contrário, os impactos que enfrentamos atualmente como sociedade e no cultivo de nossas produções serão ainda mais extremos.

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Portanto, esse é o momento de trabalharmos juntos, especialmente, nessas duas questões: união e agenda agroambiental, a fim de impulsionar nosso setor a caminhos ainda mais prósperos e alcançarmos um agro ainda mais pujante. Afinal, nosso compromisso é com a nação brasileira para que todos caminhem para um futuro melhor.

*Marcello Brito é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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