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O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (21/9), que a agricultura brasileira é sustentável e que o Código Florestal, uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, deveria servir de exemplo para outros países. Ele proferiu, como é tradicional, o primeiro discurso de chefes de estado na Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA), que, neste ano, realiza a 76ª edição.

"Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa", disse Bolsonaro. "Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para o mundo", acrescentou, fazendo um convite aos líderes internacionais para conhecer a região amazônica que, disse ele, tem um território equivalente a toda a Europa ocidental.

Presidente Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU (Foto: Timothy A. Clary/Reuters)

 

Bolsonaro destacou ainda que a agricultura brasileira produz alimentos que abastecem, atualmente, 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo, utilizando apenas 8% de seu território. Reconheceu que os desafios ambientais do país são grandes, já que o país tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território, com 66% de vegetação nativa preservada.

Ele destacou ainda que o Brasil antecipou de 2060 para 2050 o cumprimento de sua meta de alcançar a neutralidade climática. Afirmou que os órgãos ambientais foram fortalecidos no país com a meta de zerar o desmatamento ilegal, o que levou a uma redução de 32% do desmatamento na Amazônia no mês de agosto, em comparação com o mesmo mês de 2020.

"Quem tem uma política de preservação como a nossa?", questionou. "O senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia", disse.

Bolsonaro ainda mencionou o Brasil como exemplo de geração de energia, com 83% do total advindo de fontes renováveis. Nas palavras do presidente, "o futuro do emprego verde está no Brasil", condicionado a fatores como preservação ambiental e uma agricultura sustentável, indústria de baixa emissão de carbono , tratamento de resíduos e turismo.

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Bolsonaro disse que o Brasil vai levar para a próxima Conferência do Clima (COP26), em novembro, em Glasgow, na Escócia, um consenso sobre as regras do mercado global de créditos de carbono. "Esperamos que os países industrializados cumpram, efetivamente, seus compromissos com o financiamento do clima em volumes relevantes", disse ele.

Bolsonaro também defendeu a atividade agrícola em terras indígenas no Brasil. Citando o fato de que os indígenas ocupam 14% do território nacional, o equivalente a mais de 100 milhões de hectares. Nessas regiões, ele disse que essas populações "cada vez mais" desejam  usar suas terras para produzir.

"Nessas regiões, vivem mais de 600 mil indígenas, que, cada vez mais, desejam usar suas terras para a agriculturas e outras atividades", disse ele, sem, contundo, mencionar o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode definir um marco temporal para as demarcações de terras indígenas no Brasil.

Economia

O presidente Jair Bolsonaro disse ainda, que, na economia, o Brasil recuperou credibilidade diante do mundo e tem um dos melhores desempenhos entre os países emergentes e se mostra um dos melhroes destinos para investimentos. Mencionou o programa de concessões de infraesturtura para a iniciativa privada, especialmente em aeroportos e terminais portuários, além do que chamou de "ressurgimento do modal ferroviário".

"Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos de novas ferrovias. Introduzimos o modelo de autorizações ferroviárias, que aproxima nosso modelo ao americano. em poucos dias, recebemos 14 requerimento, com quase US$ 15 bilhões em investimentos privados", disse ele, argumentando que essa recuperação do modal ferroviário no Brasil terá reflexos no menor consumo de combustíveis fósseis e redução de custos, especialmente de alimentos.

"Temos tudo o que o investidor procura. Um grande mercado consumidor, excelentes serviços, tradição de respeito a contratos e respeito ao nosso governo", disse o presidente, citando ainda o iminente leilão de operações da tecnologia 5G no Brasil.

Pandemia

Em relação às medidas de combate à pandemia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse lamentar as mortes, mas ponderou que sempre defendou o combate ao vírus ao mesmo tempo. Ele criticou a adoção de medidas de isolamento social e de lockdown que, segundo ele, deixaram um legado de inflação.

"As medidas de isolamento e lockdown deixaram uma legado de inflação, especialmente de gêneros alimentícios, no mundo todo", afirmou, ressaltando a adoção do auxílio emergencial no Brasil para ajudar quem foi "obrigado a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos".

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Bolsonaro ainda defendeu o uso do chamado tratamento precoce contra a Covid, argumetando a favor da liberdade entre médico e paciente na decisão do uso de medicamentos off-label. Disse não compreender a oposição de líderes internacionais e da mídia em relação ao assunto, ao comentar que ele mesmo fez a utilização do tratamento.

"Apoiamos o tratamento precoce. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos", disse ele, afirmando também ser contra a utilização de certificados ou do chamado "passaporte de vacina". Segundo  o presidente, que não tomou a vacina contra a Covid-19, mais de 140 milhões de pessoas no Brasil já receberam a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus.
Source: Rural

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