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Entre agosto de 2019 e julho de 2020, houve exploração madeireira em 50.139 hectares no Pará. A área corresponde a quase metade da cidade de Belém (PA). Baseado em imagens de satélite, o mapeamento foi realizado pela Rede Simex, integrada por quatro organizações de pesquisa ambiental: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.

Madeira apreendida em operação da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará (Foto: Alex Ribeiro/Agência Pará/Reprodução)

 

Do total, 27.595 hectares (55%) não tiveram autorização de órgãos ambientais para extração de madeira. A atividade foi permitida nos outros 22.544 hectares (45%). No relatório anterior, referente ao período entre agosto de 2018 e julho de 2019, a área não autorizada representava 38% do total (22.906 hectares).

Mais da metade da área explorada (56%) concentrou-se no Sudeste do paraense, com 15.349 hectares. O Baixo Amazonas, com 5.993 hectares (22%), e o Sudoeste, com 4.182 hectares (15%), foram as outras duas regiões com as maiores áreas de exploração não autorizada.

Em relação aos municípios, Paragominas foi o que teve a maior área explorada sem permissão, com 8.073 hectares (29%). Juruti em segundo, com 3.954 (14%), e em sequência, Goianésia do Pará, com 3.271 (12%).

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“O Sudeste paraense é uma região que possui uma zona madeireira antiga, onde a atividade segue sendo bastante intensa devido à expansão da rede de estradas e à existência de estoques florestais remanescentes”, explica Dalton Cardoso, pesquisador do Imazon.

De acordo com os pesquisadores, a maior parte da área explorada sem autorização foi em imóveis rurais cadastrados, que concentraram 17.726 hectares (64,2%). O restante da madeira não autorizada foi identificada nos assentamentos rurais, que tiveram 5.434 hectares explorados (19,7%); nos vazios cartográficos, 2.635 hectares (8,7%); nas terras não destinadas, 1.858 hectares (6,8%); e em um território indígena, 158 hectares (0,6%). 

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A área com derrubada de árvores na Terra Indígena Baú corresponde a 158 campos de futebol. “Um dado que chamou a atenção foi a redução expressiva da atividade não autorizada em áreas protegidas, sobretudo em terras indígenas. Em 2008, o Simex já chegou a identificar mais de 20 mil hectares explorados na TI Alto Rio Guamá, localizada no leste de Paragominas. Entretanto, é preciso levar em conta que a alta cobertura de nuvens em áreas protegidas consideradas críticas pode ter contribuído para essa pouca detecção da extração madeireira no período avaliado”, comenta Cardoso.

Em relação a toda a área com extração de madeira na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020, de 464 mil hectares, o Pará foi o quarto estado com o maior território explorado, que correspondeu a 10,8% do total.
Source: Rural

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