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Um vídeo com menções diretas ao Grupo Jacto e ao sobrenome dos seus fundadores viralizou nas redes sociais devido ao suposto apoio e financiamento às manifestações anti-democráticas de 7 de Setembro.

“Nishimura vem aí. Olha isso, eu achei que era brincadeira, meu. Uma camiseta para cada um, mais o ônibus, mais R$ 100 para alimentação. Esse é o nosso Grupo Jacto de Pompeia. Deus abençoe a Jacto”, afirmava um manifestante bolsonarista no vídeo. Imagens também mostraram a entrega de uma nota de R$ 100 para cada viajante. Houve dúvidas sobre a veracidade do conteúdo.

Na tarde desta quarta-feira (8/9), contudo, o acionista Takashi Nishimura, um dos herdeiros do grupo, assumiu que patrocinou a caravana. Mas justificou que a decisão de apoiar financeiramente a viagem dos manifestantes foi de cunho pessoal, e não em nome da empresa fundada por seu Shunji Nishimura em 1948.

Assista ao vídeo

 

O Grupo Jacto, em nota enviada exclusivamente à Globo Rural na tarde desta quarta-feira (8/9), confirmou que o dinheiro distribuído aos manifestantes para os eventos de 7 de Setembro, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, não saiu das contas da empresa, e sim de recursos próprios de Takashi Nishimura. O comboio saiu da cidade de Pompeia, interior paulista, a 450 km da capital, onde fica a sede da empresa.

“O sr. Takashi Nishimura é acionista do Grupo Jacto, sem nenhuma participação e influência na administração das empresas do Grupo. A empresa reforça mais uma vez que tem em seu código de conduta não apoiar candidatos ou partidos políticos de nenhuma corrente doutrinária, seja na esfera federal, estadual ou municipal”, diz.

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Takashi foi presidente da Jacto Máquinas em 1992, antes da profissionalização da gestão da empresa. Em 1980, ele criou a Brudden, indústria de produtos para o segmento agrícola e de jardinagem, como pulverizadores e cortadores de grama, que tem o mesmo símbolo do trevo de três folhas dos Nishimura.

O empresário disse ainda que o Grupo Jacto não teve nenhum envolvimento no aluguel dos ônibus que saíram de cidades da região. Segundo ele, o pagamento do aluguel se deveu ao fato de ser “patriota” e “brasileiro”. “Fui eu quem aluguei e paguei todos.”

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Takashi, que se filiou ao PTB no ano passado, afirmou também que decidiu pagar os R$ 100 em caráter de auxílio àqueles que já queriam viajar, e não para que fossem incentivados a ir para a Avenida Paulista. “Fiquei com pena e dei uma ajuda para eles, do meu bolso, da minha conta.”

Fernando Gonçalves, o atual presidente da Jacto, afirmou à Globo Rural que “o Grupo é uma referência forte na comunidade local. Por isso, é natural associar as ações ao nome por desconhecimento das práticas, valores e condutas da Jacto".

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Sobre possíveis questionamentos na Justiça, Gonçalves, afirmou que a empresa vai se posicionar judicialmente se for acionada. “Em nosso código de conduta, a empresa não apoia candidatos ou partidos políticos de nenhuma corrente doutrinária, seja na esfera federal, estadual ou municipal. A Jacto está no mercado há mais de 70 anos e já vivenciou diferentes momentos políticos e econômicos. Nosso principal propósito é apoiar o agricultor, independentemente do contexto político.”

Logo após o vídeo viralizar, o deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) afirmou que iria pedir ao Ministério Público Federal a abertura de investigação contra a empresa. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que iria pedir ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que investigue o financiamento dos atos antidemocráticos, que exigem o fechamento do STF e do Congresso.

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Imagem de vídeo que aponta suposta participação do Grupo Jacto em financiamento de manifestantes pró-Bolsonaro (Foto: Reprodução)

 
Source: Rural

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