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O produtor rural e presidente da Aprosoja-Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Antonio Galvan, disse, nesta quinta-feira (26/8), que o apoio da entidade ao protesto marcado para 7 de Setembro foi definido em assembleias estaduais pela maioria dos 240 mil associados e que nem ele nem a entidade contribuíram com nenhum centavo para a organização do ato. 

Antônio Galvan (de camisa azul), em manifestação de apoio a ele, em Sinop (MT), nesta semana. "Não fiz nada de ilícito", alega o presidente da Aprosoja Brasil (Foto: Reprodução/Facebook/Movimento Brasil Verde e Amarelo)

 

“Quem me conhece sabe que sou mão-de-vaca. Já presto um trabalho voluntário para o setor como dirigente e não tem sentido colocar a mão no bolso.” Galvan é um dos líderes do Movimento Brasil Verde e Amarelo que está convocando o protesto em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contrário ao que chama de arbitrariedades do Supremo Tribunal Federal (STF).

Eleito em abril deste ano, ele também disse que “com certeza” permanece à frente da Aprosoja porque tem apoio de 100% das Aprosojas estaduais. Galvan ainda afirmou considerar absurdas as críticas do ex-ministro Blairo Maggi e do deputado federal Neri Geller de que estaria usando a entidade indevidamente para fazer política.

“Mesmo sendo um grande produtor, Blairo é apenas um voto entre os 7.500 na Aprosoja do Mato Grosso. Ele me ligou, falou comigo 17 minutos e depois saiu falando absurdos”. Sobre Geller, repetiu que ele representa apenas um voto e que, se Maggi e Geller falarem mal dele, serão seus melhores cabos eleitorais, caso ele resolva se candidatar a algum cargo no Mato Grosso. 

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Galvan fez as declarações em entrevista coletiva convocada pela Aprosoja para falar sobre seu depoimento à Polícia Federal no dia anterior, no inquérito em que é um dos acusados de suposta incitação à prática de atos violentos e ameaçadores contra o STF e a democracia. O dirigente elogiou o atendimento que recebeu da Polícia Federal, tanto na ação de busca e apreensão em sua casa, em Sinop (MT), quanto no depoimento na delegacia, e disse que ficou indignado por ele e seus advogados não terem acesso ao inquérito.

“Não fiz nada de ilícito. Minha fala foi dentro da legalidade. Fui envolvido nisso apenas por receber por cortesia o artista Sérgio Reis, de 81 anos, na sede da Aprosoja. Meu único envolvimento foi aparecer em fotos e vídeos com ele. Nunca apoiei depredação ou violência e nossos movimentos sempre foram ordeiros. Vou entrar com medida cautelar para derrubar essa decisão arbitrária”, disse, referindo-se a estar impedido de se aproximar do raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, dos ministros do STF e dos senadores, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Questionado se vai ao ato em Brasília ou à manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, disse que ainda não decidiu. Segundo ele, o movimento não tem uma chave Pix (sistema de transações financeiras em tempo real), as doações são voluntárias e feitas nos próprios municípios, o que tornaria inócua a decisão de Moraes de bloquear a conta.

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O dirigente disse ainda que apoia o impeachment do ministro Moraes e “de mais alguns” por atitudes que chama de arbitrárias e pelo que avalia ser uma perseguição aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. E afirmou estar convicto de muitas pessoas que estavam indecisas deve se juntar ao protesto de 7 de setembro, após a instauração do inquérito contra ele, o cantor Sérgio Reis e mais apoiadores. “A presença nas ruas vai mais que triplicar.”

Sobre a desmonetização de sites ligados a Bolsonaro, também determinada pelo STF, Galvan citou o agravamento político na Venezuela, Chile e Argentina e disse que o primeiro passo de um regime autoritário é calar a mídia. “O segundo passo é tomar as propriedades rurais. Por isso, o produtor rural está mobilizado. Nem vocês jornalistas querem dividir seu salário com desempregados.”

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O presidente da Aprosoja Brasil falou ainda que o Movimento Brasil Verde e Amarelo foi criado em 2017 por líderes de entidades rurais de todo o país, depois que o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional o débito dos produtores com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). “Da noite para o dia criaram uma conta para o produtor pagar. Quem parou de pagar tinha sido movido por uma decisão transitada e julgada no próprio STF”, disse, acrescentando que espera a abertura de nova negociação sobre o fundo e que ele, como produtor, não deve nada ao Funrural.

Galvan aproveitou a coletiva também para dizer que a votação na Aprosoja-MT é feita em urna eletrônica, mas o voto é impresso para não ter nenhuma dúvida. A bandeira do voto impresso nas eleições de 2020 foi levantada por Bolsonaro e derrubada em votação na Câmara.
Source: Rural

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