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A geada que atingiu as lavouras de café da região da Alta Mogiana e no sul de Minas na madrugada desta terça-feira (20/7) torrou folhas, devastou plantas novas e provocou muitos danos. Segundo o cafeicultor André Cunha, vice-presidente da Associação dos Produtores de Café Especiais da Alta Mogiana, que engloba 14 municípios paulistas e 9 mineiros, ainda não é possível estimar o prejuízo, mas a cultura já tinha sido prejudicada pela geada do início do mês e pelo estresse hídrico.

Lavoura de café atingida por geada em Muzambinho (MG) (Foto: Suzana Passos/Arquivo Pessoal)

Na geada anterior, de dois dias, Cunha tinha estimado uma perda da produção entre 5% e 10%. “Agora, foi três vezes pior e me assustou muito. Lembrei que há exatos 40 anos meu pai perdeu todas as lavouras após uma geada como essa. Algumas lavouras minhas que queimaram ficam a mais de 800 metros de altura. A temperatura na fazenda em Ribeirão Corrente chegou a menos 2,5 graus e até congelou a água nos canos. Hoje, nem consegui ligar a irrigação do viveiro de mudas.”

Alessandro Marcos Miranda, presidente da Cooperativa Agropecuária dos Produtores Orgânicos de Nova Resende e Região Ltda (Coopervitae), que reúne 160 produtores com certificação Fair Trade, disse que cerca de 70% dos cooperados relataram algum prejuízo com esta geada e até lavouras a 1.100 metros de altitude foram atingidas. Cerca de 80% do café da Coopervitae é da categoria especial, ou seja acima de 80 pontos. Em sua propriedade, Miranda estima prejuízos em 30% dos 80 mil pés.

“Foi feio por aqui. Eu tinha uma área nova que já tinha passado por uma geada em 2019 e estava impactada pela seca. Nesta safra, produziu bem pouco, mas eu esperava uma produção boa no ano que vem. Agora, vou ter que cortar e plantar outra cultura no lugar.”

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No município de pequenos agricultores que vivem da cafeicultura e produzem cerca de 500 mil sacas por ano, a estimativa de perda com essa geada, segundo o presidente da Coopervitae, é de 15%. “O pior é que está prevista uma nova geada no final do mês…”

Suzana Santos Passos, da quarta geração de uma família tradicional do café em Muzambinho, também no sul de Minas, que cultiva cerca de 400 hectares, disse que a geada atingiu uma pequena parte de sua propriedade, que fica a mais de 1.100 metros de altitude. Mas as fazendas dos seus irmãos e de vizinhos foram bem atingidas. “É devastador ver sua cultura torrada de um dia para o outro.”

Vídeo: produtor mostra danos causados pela geada, em Ribeirão Corrente (SP)

 

  

Vídeo: em Muzambinho (MG), até os animais foram prejudicados. A água de um dos cochos congelou

 

    
Source: Rural

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