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O Brasil é uma das maiores potências agrícolas do planeta. Um fato inimaginável há apenas quatro décadas. Em 1980, o país produziu pouco mais de 52 milhões de toneladas de grãos. Em 2020, foram quase 257 milhões. Praticamente, 5 vezes mais. 

Esse salto gigantesco não aconteceu por acaso. Além do empenho e dedicação dos agricultores, a geração e a adoção de tecnologias inovadoras foram fundamentais para colocar o país entre os principais produtores e exportadores globais de alimentos e fibras. Fato evidenciado pelo elevado ganho de produtividade numa expansão de área plantada de apenas 56% no mesmo período.

 

Nada disso seria possível sem a proteção dos cultivos, especialmente num país de clima predominantemente tropical. Basta olhar para os dados da FAO que apontam que o mundo perde de 20 a 40% de todo o alimento que produz por conta do ataque de pragas e doenças. E para seguir levando alimento na mesa de milhões de pessoas, com sustentabilidade, os defensivos agrícolas são essenciais.

Por esse motivo, a indústria de defensivos agrícolas investe na pesquisa e desenvolvimento de produtos cada vez mais eficientes. Cientistas do mundo todo trabalham com adaptação dos insumos existentes e no desenvolvimento de novas moléculas, buscando defensivos cada vez mais seletivos para determinadas pragas e para atender a uma variedade cada vez maior de culturas agrícolas, garantindo maior segurança ao ser humano e ao meio ambiente.

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Como resultado desse empenho, os defensivos químicos se tornaram mais eficientes e menos persistentes na natureza, ao longo do tempo. Para se ter ideia, nos anos 1950, a taxa média de aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas, em todo o mundo, era respectivamente de 1.200, 1.700 e 2.300 gramas de ingrediente ativo por hectare.

Em 2010, esses números caíram para 100, 40 e 75 gramas. Quando as ferramentas de monitoramento digital são adicionadas a essa equação, a precisão de aplicações no momento e quantidade exatos trazem ainda mais equilíbrio para os sistemas agrícolas.

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O crescimento expressivo e consistente do mercado de biodefensivos é outro indicador relevante da busca por ganho em produtividade com sustentabilidade. Nos últimos 20 anos, por exemplo, o número de registros de defensivos biológicos superou o de defensivos químicos. Um quadro, consolidado em maio de 2021 pela Croplife Brasil, mostra um total de 433 registros feitos desde 1991.

Na área da biotecnologia, a proteção vegetal está presente nas plantas com resistência a insetos nas culturas Bt. Elas aumentaram a produção, facilitaram o manejo, promoveram benefícios econômicos e ambientais, otimizaram o uso de defensivos agrícolas e permitiram o desenvolvimento de tecnologias disruptivas para o setor.

A produtividade não cresce sem que se entregue aos produtores uma “caixa de ferramentas”. São diversas as tecnologias oriundas da ciência que precisam ser usadas no dia a dia de quem enfrenta os desafios de produzir de forma segura e sustentável

Christian Lohbauer

O próximo passo é o emprego das novas ferramentas de edição gênica, as chamadas Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão (TIMP). Entre elas, a CRISPR (sigla em inglês para Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), que permite que os cientistas modifiquem genes de forma precisa e pontual num intervalo de tempo inferior ao do melhoramento convencional de plantas. O conhecimento dessas ferramentas, mais uma vez, trilha o caminho das plantas resistentes a pragas e doenças. 

O grande aprendizado dessa trajetória é que a produtividade não cresce sem que se entregue aos produtores uma “caixa de ferramentas”. São diversas as tecnologias oriundas da ciência que precisam ser usadas no dia a dia de quem enfrenta os desafios de produzir de forma segura e sustentável, num mundo faminto e com escassez de recursos naturais.

*Christian Lohbauer é presidente executivo da CropLife Brasil, associação que atua na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias nas áreas de germoplasma, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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