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Quatro cargas de frutas brasileiras já foram bloqueadas neste mês no porto de Algeciras, segundo informação do Ministério da Saúde da Espanha enviada nesta sexta-feira (9/7) à Globo Rural. Dois contêineres foram liberados e mais 26 aguardam inspeção do controle sanitário. O órgão não informou quais os tipos de carregamentos continuam a ter problemas para ingressar na Espanha por causa do uso dos aditivos formaldeído e álcool etoxilado na cera de carnaúba que reveste as frutas, visando evitar sua maturação precoce.

No total, 45 remessas de frutas brasileiras e 20 cargas de frutas, vegetais e tubérculos de outros países da América Latina já foram barradas desde maio em Algeciras, de acordo com o Ministério espanhol.

Navio no porto de Algeciras, na Espanha. Terminal já reteve 45 remessas de frutas brasileiras desde maio (Foto: Reprodução/Twitter)

“Atualmente, existem algumas remessas rejeitadas de frutas do Brasil que ainda estão no porto de Algeciras esperando que a operadora lhes dê um destino. As restantes foram destruídas ou enviadas para outros países fora da UE, nos quais a utilização desses aditivos é autorizada, com base na escolha do operador”, diz nota do Ministério.

O uso desses aditivos da cera não é permitido nos países da União Europeia desde 2008, mas o controle só passou a existir em maio, quando, segundo o Ministério, foi detectada a entrada de frutas, vegetais e tubérculos com aditivos não autorizados pelo regulamento da Comissão Europeia. “Desde então, foram efetuados controles em todos os postos espanhóis de fronteira para impedir a importação deste tipo de produtos que não cumprem a legislação europeia”.

Questionado por que não ofereceu um prazo aos exportadores e importadores para se adequarem às exigências, como foi reivindicado pelos próprios operadores do porto, o órgão do governo espanhol afirmou que o regulamento tem aplicação direta e cumprimento obrigatório em todo bloco, “pelo que não é possível estabelecer qualquer tipo de moratória a nível nacional, conforme confirmado pela Direção-Geral da Saúde e de Segurança Alimentar da Comissão Europeia (CE)”.

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Desde o início dos bloqueios, a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) não se pronunciou sobre o assunto. Informou apenas que aguarda um posicionamento da CE para falar sobre prejuízos e ações futuras e que as informações estavam concentradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Hugo Caruso, coordenador-geral de Qualidade Vegetal do Mapa, disse que o órgão recebeu da Espanha 27 notificações de "inconformidade em alimentos importados”, sendo 26 cargas de manga e uma de limão, mas não tinha informações sobre volume e preço das cargas.
Source: Rural

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