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As exportações argentinas de grãos foram paralisadas nesta quarta-feira (19/5) devido a uma greve de trabalhadores portuários para exigir a inclusão da equipe embarcada como grupo prioritário para vacinação contra Covid-19, em momento em que o setor exportador já lida com o baixo nível do rio Paraná, o que reduz o volume embarcado.

Trabalhadores que preparam navios estão entre os que participam da greve, junto com os capitães de rebocadores e práticos que guiam as embarcações de carga na chegada e saída dos portos, de acordo com um comunicado conjunto.

Terminal de grãos em porto no rio Paraná, perto de Rosario, na Argentina (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

 

A medida de 48 horas, anunciada pelos sindicatos do setor e que termina na tarde desta quinta-feira (20/5), interrompeu a atividade no centro portuário de Rosário, de onde saem cerca de 80% dos produtos agrícolas argentinos.

"Todos os embarques estão parados", disse Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias e Marítimas (CAPyM). "Pelo menos sete barcos foram carregados ontem (terça-feira) em Rosário e estavam prontos para zarpar, mas os sindicatos impediram o processo de desatracação."

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Wade acrescentou que será difícil para os navios zarparem, mesmo após o término da greve, devido ao baixo nível do rio Paraná. "Esses sete navios, atracados nos portos de Timbues, San Martín e San Lorenzo, estão agora muito pesados ​​para navegar, tendo em vista a profundidade cada vez menor do rio", explicou.

O momento é de alta temporada de exportação, já que os produtores argentinos estão colhendo suas principais safras, de soja e milho. A expectativa da bolsa de grãos de Rosário é de que a safra de soja deste ano seja de 45 milhões de toneladas e a de milho de 50 milhões de toneladas.

"As previsões não são animadoras para os próximos meses", disse Alfredo Sese, secretário técnico da bolsa de Rosário.

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Os maiores navios atualmente têm que transportar menos de 9 mil toneladas de carga devido à falta de profundidade do rio nos portos de Rosário. "O nível continua caindo", disse Wade. "Parece que até o final de junho e julho, haverá mais de 11 mil toneladas por navio de carga Panamax que não poderão viajar."

Protocolos

No comunicado, os trabalhadores cobraram "protocolos de prevenção e atendimento médico em todos os portos do país". "Em apenas sete dias, perdemos quatro companheiros, o que também mostra um alto nível de infecções dentro de atividades diferentes", acrescentaram.

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Um porta-voz do Ministério da Saúde argentino não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre as reivindicações dos sindicatos. A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, o terceiro maior para o milho e um grande fornecedor de trigo.

O país registrou um recorde diário de infecções e mortes por Covid-19 na terça-feira (18/5), devido a uma forte segunda onda da pandemia que o coloca entre os cinco países com maiores registros diários do mundo, segundo dados compilados pela Reuters.
Source: Rural

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