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O incentivo ao reconhecimento da presença, da persistência e do trabalho da mulher no meio rural é o objetivo das embaixadoras da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro (Foto: Thinkstock)

 

Contar histórias é uma caixinha de surpresas. É remexer baús de memórias que nem sempre se quer trazer à tona. Todavia, histórias viram experiências, podendo ser o ponto de partida para uma jornada repleta de aprendizados. E, por mais que alguma recordação desagrade, a princípio, pode se transformar numa lição a ser compartilhada.

Com mulheres que atuam no agronegócio, geralmente, é assim. Lembrar de suas trajetórias é reviver momentos dolorosos: a mortes dos pais, o preconceito de funcionários e as diversas vezes que alguém colocou em xeque sua capacidade de estar à frente de uma propriedade rural. Mas é também o relato da persistência, da autoestima e da colaboração.

Como uma seleção de futebol, que inspira a cada jogada pensada no campo, onze produtoras se uniram para incentivar que mais mulheres tenham reconhecimento e condições de trabalho justas. Elas são as embaixadoras da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, idealizado pela Bayer e realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Globo Rural foi ouvi-las para saber o que as fez sair de uma posição menos visível nos negócios para o papel de protagonistas. Tem muito a ver com o termo ‘gatilho’, utilizado nas redes sociais recentemente. Quer saber mais? Dê o play abaixo!

O sítio Santa Mônica, em Serranópolis do Iguaçu (PR), é administrado por Simoni Tessaro, que cuida das lavouras de soja e milho e também da criação de aves. Ela integra o Comitê Feminino da Lar Cooperativa, onde exerce a função de coordenadora geral. Mas até chegar neste patamar, muito preconceito teve que ser quebrado.

“Percebi que se não nos déssemos valor, ninguém iria nos dar. Foi aí que realmente me assumi e passei a ser uma agricultora e não mais uma colona. Percebi que tinha uma empresa a céu aberto nas nossas mãos e não só um pedaço de terra”, defende.

Para ela, cada gestão tem o seu diferencial. Por isso mulheres e homens apresentam, ambos, potencial para administração. “Acredito que a autenticidade traz o engajamento, não podemos ser cópias dos outros devemos ser autênticas a nossa essência".

Percebi que se não nos déssemos valor, ninguém iria nos dar

Simoni Tessaro, Serranópolis do Iguaçu (PR)

Simoni Tessaro, vencedora da 3ª edição do Prêmio Mulheres na categoria Pequena Propriedade (Foto: Divulgação/Bayer)

 

Kamila Laida se formou em medicina veterinária e é responsável pelo Grupo Guimarães Aguiar, fundado há 13 anos. Na sua administração, dedica-se à pecuária bovina, suínos, agroindústria, processamento e eucalipto. Implantou também um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Ela venceu a 3ª edição do Prêmio Mulheres na categoria Média Propriedade, sem esquecer das origens e do que foi conquistado pela família. Clique no vídeo abaixo e conheça um pouco de sua história.

Em um área com 120 alqueires de terra, estão cultivo de soja, milho, pecuária, aves, suínos, piscicultura, 120 cabeças de gado leiteiro. A propriedade foi o palco para o troféu de Clarisse Liana Volski, outra vencedora do Prêmio Mulheres do Agro.

Há 30 anos, a paranaense da cidade de Pitanga é proprietária da fazenda Agropecuária Santa Rita, negócio que deu início junto ao marido, com oito alqueires. E exatamente por ter começado ao lado dele sabe que homens e mulheres podem dividir a gestão dos negócios de forma igualitária. “Quero servir de exemplo para encorajar mais mulheres a participar da administração de suas propriedades”, afirma.

Clarisse Liana Volski, vencedora da 3ª edição do Prêmio Mulheres na categoria Média Propriedade (Foto: Divulgação/Bayer)

Outras mulheres também estão encorajando o movimento feminino no campo, mesmo com pouco tempo de prática na agricultura. É o caso de Aretuza Negri, a influenciadora que percebeu há alguns anos o quanto a mulher quer ter voz e viu nas redes sociais uma oportunidade para ajudar nesta troca de experiências. Assista ao vídeo.

Em Patos de Minas (MG),  Michelle Rabelo lida com pecuária de corte, apostando na cria, recria e engorda, além de ter começado a investir em floresta de eucalipto há cinco anos, tudo à frente da Fazenda CBM. No entanto, este é apenas um dos papéis que ela desempenha.

Michele confessa que a mulher, mesmo exercendo inúmeras funções, ao final do dia, ainda se vê como coadjuvante. “Amar, respeitar e valorizar a nós mesmas é o primeiro passo para sermos felizes de verdade", defende. Por isso, autovalorização, que às vezes parece ser óbvia, se faz tão importante.  “De forma bem simples é sobre assumirmos um lugar de honra, como exercermos o amor-próprio e sobre a forma como permitimos que os outros nos tratem e nos reconheçam de maneira igualitária”, diz.

Michelle Rabelo, vendora da 3ª edição do Prêmio Mulheres na categoria Média Propriedade(Foto: Divulgação/Bayer)

Formada em Engenharia Química, Tatiele Dalfior é responsável pelo Sítio Oriente, fundado pelo pai há 28 anos em Governador Lindenberg (ES). Orgulhosa da trajetória da família, que se baseia na pecuária bovina e no café, Tatiele transformou os avanços tecnológicos em aliados à produção sustentável. Assista ao vídeo.

Gestora da Agropecuária Baumgart, Simone Cassia é daquelas pessoas que gostam de desafios. Acredita que pensar de forma disruptiva pode abrir portas. Diferente de muitas outras, a história dela não é a de quem tem o agro há décadas na família. Ela não nasceu nesse meio. Dedicar-se ao campo, foi uma escolha “movida pela paixão, pelo sentimento de pertencimento ao agro e pelo imenso universo de oportunidades que o setor representa, não só para as mulheres, mas para todos que querem contribuir com ele, sendo estes sucessores ou gestores”.

Ao conhecer mais a dinâmica do meio rural em Rio Verde (GO), percebeu o quanto é importante  incentivar outras mulheres que já estão no agro a contar suas histórias e experiências, inclusive para engajar a permanência e o crescimento das carreiras, “dando assim fluidez e continuidade ao movimento de valorização da mulher no agro”.  

Simone Cassia, vencedora da 3ª edição do Prêmio Mulheres na categoria Grande Propriedade (Foto: Divulgação/Bayer)

 

Uma propriedade que começou em 1920 e já era tocada por uma mulher era raridade à época. Por isso, Luciana Dalmagro fez questão de continuar os negócios da família e o legado da bisavó. 

À frente da área de avicultura de corte para exportação em uma grande propriedade, Luciana sabe a importância de se atualizar e, por isso, segue os pilares de inovação e sustentabilidade nos negócios. Assista ao vídeo.
 

Source: Rural

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