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(Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

 

 

O boletim mensal elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) relata que em fevereiro, os preços do suíno vivo registraram movimentos distintos dentre as praças, com viés de baixa na maioria delas. “Apesar do bom ritmo de embarques e de a indústria ter elevado a procura por novos lotes de animais para abate, principalmente a partir da segunda semana do mês, a demanda interna por carne suína seguiu bastante enfraquecida, pressionando as cotações do vivo em boa parte do País.”

Segundo o levantamento do Cepea, na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno vivo teve preço médio de R$ 7,16/kg em fevereiro, leve recuo de 0,1% frente ao do mês anterior. Em Avaré/Fartura (SP), por sua vez, a queda foi mais expressiva, de 2,1%, com o preço do animal passando de R$ 7,26/kg em janeiro para R$ 7,11/kg em fevereiro.

No Sul do País, o movimento também foi de queda na maioria das regiões, conforme o Cepea. No Sudoeste Paranaense (PR), o suíno vivo posto na indústria teve desvalorização de 0,7% entre janeiro e fevereiro, passando para R$ 7,01/kg no último mês. Em Erechim (RS), o recuo foi de 3,9%, com o animal comercializado na média de R$ 7,09/kg. Já no Sul de Minas, o preço do animal subiu 3,8% no comparativo mensal, para a média de R$ 7,10/kg em fevereiro. Em Belo Horizonte (MG), a valorização foi de 2,9%. O suíno vivo foi comercializado a R$ 7,09/kg, em média, no último mês.

Os analistas do Cepea comentam que, devido à baixa liquidez, os preços da carne seguiram a mesma tendência do suíno vivo e também recuaram devido à redução no poder de compra da população. Em fevereiro, a carcaça comum negociada no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 2,4%, fechando a R$ 9,90/kg. O preço da carcaça especial, por sua vez, teve queda de 2,8%, a R$ 10,40/kg.

Insumos

Eles observam que mesmo com as altas nos preços do suíno vivo no fim de fevereiro, a média do mês foi menor que a de janeiro, devido às desvalorizações registradas no início do período. “Dessa forma, o poder de compra dos suinocultores frente aos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, recuou em fevereiro pelo quinto mês consecutivo.”

Em relação ao farelo de soja, os analistas relatam que a situação do suinocultor foi agravada pela valorização do derivado, que renovou a máxima nominal da série histórica do Cepea. Considerando-se os preços do animal comercializado no mercado independente paulista e do farelo de soja negociado na praça de Campinas (SP), o produtor conseguiu adquirir 2,50 quilos do derivado com a venda de um quilo de suíno na média de fevereiro, a menor quantidade desde julho/18 e 3,6% abaixo do registrado no primeiro mês deste ano. Na região de Chapecó (SC), foi possível ao suinocultor adquirir 2,54 quilos de farelo de soja com a venda de um quilo de suíno vivo, queda de 11,3% frente a janeiro.

Os analistas observam que na comparação com o milho, a perda no poder de compra foi menos intensa, uma vez que as cotações do cereal subiram pouco em algumas regiões, inclusive recuando em outras no mês de fevereiro. Para o suinocultor paulista, foi possível comprar 5,02 quilos do cereal com a venda de um quilo de animal na parcial do mês, 2,5% a menos que a média de janeiro. Na praça de Santa Catarina, o produtor pôde adquirir 5,28 quilos de milho com a venda de um quilo de suíno, queda de apenas 1,4% no mesmo comparativo.

Segundo levantamento a equipe de grãos do Cepea, a oferta escassa de farelo de soja no mercado doméstico elevou as cotações. Na região de Campinas, o derivado teve preço médio de R$ 2.868,72/tonelada em fevereiro, alta de 3,4% frente ao do mês anterior. Em Chapecó, a valorização foi de 8,7%, com a tonelada a R$ 2.958,38 na média de fevereiro. Os analistas lembram que a retração de compradores diminuiu a liquidez do milho em fevereiro, limitando maiores valorizações.
Source: Rural

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