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Talita Teixeira, criadora do mapa colaborativo Jaca Livre (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Com a intenção de democratizar o acesso à jaca no Brasil, um mapa colaborativo aponta a localização de árvores em áreas públicas – e que podem ser fontes para obter a fruta de forma gratuita em várias regiões do país.

“A ideia é oferecer algo que facilitasse o veganismo e, mesmo que a pessoa não seja vegana, contribuísse com a redução do consumo de proteína animal enfatizando um olhar sobre a cidade”, diz a jornalista Talita Teixeira, criadora do Jaca Livre e vegana desde 2001.

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Facilmente encontrada em praças e vias públicas, a jaca tem ganhado força como um dos alimentos substitutos da carne e é, na culinária vegana, um grande trunfo de chefes profissionais e amadores.

Famosa como ingrediente da coxinha vegana, a fruta, que chega a pesar mais de 40 quilos, também pode dar origem a outros pratos substitutos à carne, com receitas similares ao lombo suíno e a pescados.

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Em pouco mais de cinco anos de projeto, Talita reúne um banco de dados com 472 árvores distribuídas pelo país, a maior parte delas em São Paulo. “A gente costuma andar com pressa, olhando pra baixo, com medo, sem se conectar com onde a gente vive, o lugar onde a gente mora, e a gente precisa olhar pra fora também”, conta a paulistana.

Originário da Ásia, o pé de jaca pode produzir até 50 frutos por ano, sendo o período de maior produção entre novembro e maio. Em 2020, 1,5 mil toneladas foram comercializadas na Ceagesp, maior entreposto do país – o quilo sai por cerca de R$ 2,40.

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Embora possam impressionar, os números são pequenos quando comparados às 259,5 mil toneladas de laranja vendidas no mesmo ano. Usada ainda verde para pratos salgados substitutos à carne, a jaca não é facilmente encontrada em mercados e feiras livres.

“Como a gente não sabia onde tinha jaqueira, o jeito mais fácil era entrar em contato com os vendedores e pedir para eles separarem uma jaca verde. Ainda assim era difícil de achar, já que as pessoas costumam levar aquelas grandonas bem maduras e com gosto super adocicado”, relata a jornalista.

(Foto: Arquivo Pessoal)

 

Ela conta que a dificuldade foi um dos motivos que a fizeram criar o mapa colaborativo. “Eu não achava jaca. Moro no bairro Liberdade, no meu trajeto, nunca tinha visto um pé de jaca. Não sabia nem identificar. Até que alguém postou uma foto de uma jaqueira no bairro Santa Cecília”, relata Talita.

Aquele primeiro pé foi um desafio. A altura dos frutos exigiu que ela aceitasse a ajuda de garis que, com suas vassouras, derrubaram um deles. “Geralmente, as jacas de baixo, costumam ser colhidas primeiro porque são mais fáceis e sobram, então ficam as lá de cima. Aí tem gente que faz montinho, sobe no pé de jaca”, diz a jornalista.

A gente pode ter um veganismo abarato, mais acessível para quem não tem grana. O que a gente precisa é divulgar as informações e mostrar que é possível, sim, ter uma alimentação variada e nutritiva sem gastar tanto

Talita Teixeira, criadora do mapa Jaca Livre

 
Source: Rural

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