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(Foto: Tingshu Wang/Reuters)

 

O apetite chinês por commodities bateu recorde em 2020, apontam dados de alfandêgas divulgados nesta quinta-feira (14/1). Na comparação com o ano anterior, a compra de carnes cresceu 60,4%, enquanto as importações de soja aumentaram 13%.

O país asiático importou 9,91 milhões de toneladas de carne em 2020, buscando formar estoques da proteína após uma queda de 19% na produção de carne suína no primeiro semestre. Em 2019, a produção havia recuado ainda mais, na sequência de um surto de peste suína africana que devastou o rebanho suíno local.

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"É definitivamente um recorde, Todas as espécies (de carnes) atingiram recordes no ano passado", disse Pan Chenjun, analista do Rabobank. As importações de carne suína dos Estados Unidos, maior fornecedor da China, avançaram 223,8% em iuanes em 2020, disse um porta-voz da alfândega, Liu Kuiwen.

A testagem de alimentos congelados para o novo coronavírus durante o segundo semestre de 2020 desacelerou as importações, mas ainda assim os desembarques mantiveram ritmo saudável.

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Em dezembro, as importações saltaram 24% na comparação com as 775 mil toneladas do mês anterior, para 964 mil toneladas, perto de um recorde mensal atingido em julho de 2020, com compradores fazendo estoques para o pico de consumo esperado durante o Ano Novo Lunar, no próximo mês.

Os preços internos da carne suína na China caíram em outubro, mas começaram a subir fortemente de novo no final de novembro devido à alta demanda, o que tornou mais atrativas as importações.

Mas a agressiva recomposição do rebanho de suínos da China no ano passado deve levar a um crescimento da produção de carne suína de cerca de 10% em 2021, de acordo com projeção do Rabobank, o que deve gerar um recuo de até 30% nas importações de carne na comparação anual.

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Soja

Já as importações de soja pela China saltaram após processadores terem aumentado compras em meio a uma melhoria nas margens e à demanda do setor de suínos do país, que tem se recuperado rapidamente.

Maior compradora de soja do mundo, a China importou 100,33 milhões de toneladas da oleaginosa em 2020, acima dos 88,5 milhões de toneladas de 2019, de acordo com a Administração Geral de Alfândegas.

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Em dezembro, as importações somaram 7,524 milhões de toneladas, queda de 27% ante as 9,54 milhões do ano anterior e também abaixo das 9,59 milhões de toneladas de novembro.

"As importações de soja em dezembro foram menores que o esperado, provavelmente devido a atrasos em embarques", disse Xie Huilan, analista da consultoria agrícola Cofeed. Mas os dados anuais ficaram dentro das expectativas, acrescentou Xie, com uma boa demanda e a China comprando mais carregamentos dos EUA.

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E a demanda continua muito forte, segundo um executivo de uma processadora de soja no norte da China. "As importações no Ano Novo devem atingir um novo recorde", afirmou ele, que falou sob anonimato porque não tem autorização para conversar com a imprensa.

As processadoras de soja compraram oleaginosa do Brasil no começo de 2020 e se voltaram para carregamentos dos EUA no quarto trimestre, quando os grãos norte-americanos chegaram ao mercado, com o governo chinês também ampliando as compras de produtos agrícolas dos EUA para cumprir os termos de um acordo comercial entre os países.

As importações de soja dos EUA pela China cresceram 56,3% na comparação anual em iuanes, segundo um porta-voz da alfândega em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (14/1).
Source: Rural

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