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Para representes da indústria e parlamentares, declarações de Emmanuel Macron não têm fundamento (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

A França nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano. É o que afirma a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que divulgou uma nota rebatendo declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, vinculando a produção de soja do Brasil com o desmatamento na floresta Amazônica.

Na visão da bancada ruralista, Macron associa a agricultura brasileira ao desmatamento ilegal sem ter nenhum dado oficial que comprove essa relação. E alerta que a política interna da França não pode colocar em xeque a legalidade das políticas públicas voltadas para a agricultura no Brasil.

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“Atualmente, apenas 10% da soja brasileira é produzida no bioma Amazônico, sem contar que toda a produção está dissociada de qualquer processo de desmatamento desde 2008”, diz a nota da FPA. “A França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano”, acrescenta.

Ainda de acordo com a FPA, Macron fez um discurso “utópico”, apenas “para atender eleitores”. “Não aceitaremos acusações deste tipo. O Brasil é um grande exportador mundial de alimentos, um dos maiores responsáveis pelo abastecimento alimentar no mundo e ocuparemos nosso lugar, independente das guerras comerciais em franco desenvolvimento na França”, diz a nota.

"Endossar o desmatamento"

Na terça-feira (12/1) o presidente francês fez uma postagem em seu perfil no Twitter com o trecho de um vídeo em que critica a produção de soja do Brasil. Ele diz que continuar a depender do grão brasileiro seria “endossar” o desmatamento na Amazônia. Macron tem sido crítico constante da política ambiental brasileira.

“Continuar dependendo da soja brasileira seria endossar o desmatamento da Amazônia. Somos consistentes com nossas ambições ecológicas, lutamos para produzir soja na Europa!”, escreveu Macron.

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A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), que representa a indústria de soja no Brasil, rebateu as declarações do presidente francês, no próprio Twitter. De acordo com a entidade, Macron está mal informado sobre a produção nacional de soja e tenta se utilizar de um falso argumento ambiental para justificar subsídios aos agricultores franceses.

“Ele não deveria justificarem razões ambientais sua decisão de subsidiar agricultores franceses para produzir soja. Deveria ser claro com a opinião pública de que é uma decisão protecionista embalada em argumentos verdes. O presidente Macron não está bem informado sobre a soja brasileira. A soja produzida no bioma amazônico do Brasil é livre de desmatamento desde 2008”, postou a Abiove.

(Foto: Reprodução/Twitter)

 
Source: Rural

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