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(Foto: Getty Images)

 

Destino de 43,3% das exportações brasileiras de carne bovina, a China possui atualmente exigências específicas para adquirir o produto do Brasil, determinando que os animais abatidos possuam idade máxima de 30 meses e pelo menos dois dentes de leite. A exigência, que visa assegurar a qualidade da carne exportada, gerou no país um mercado específico para atender o gigante asiático, com produtores dedicados a criar gado com “padrão China”. Esses requisitos, contudo, estarão no centro das reivindicações do setor em 2021, quando pleiteará do país o mesmo tratamento a outros exportadores do Mercosul, como Argentina e Uruguai.

“É um trabalho árduo, sequencial, principalmente se a gente considerar que nossos vizinhos têm essa liberação de carne com osso e é um mercado extremamente remunerador”, destacou Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

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Ele afirmou que as principais pautas do setor na próxima Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), a ser realizada em agosto no Brasil serão o fim da idade máxima de abate e abertura para os mercados de miúdos e carne com osso. “A gente não tem muita experiência na precificação de carne com osso, mas vai ser extremamente significativo. Hoje Argentina e Uruguai têm a possibilidade da exportação do osso (osso da canela, osso da bacia) e isso tudo tem uma precificação bastante interessante”, revelou Camardelli. 

A entidade já garantiu a participação na reunião e aguarda a inclusão dos três temas em pauta. “No momento que o chinês aceitar a discussão desse item na pauta, praticamente temos muita viabilidade de que isso seja positivo como aconteceu na reunião do ano passado em Pequim, quando conseguimos êxito com carne industrializada”, lembra o presidente da Abiec.

Novas habilitações

Ainda de acordo com Camardelli, o Brasil possui hoje 26 plantas frigoríficas prontas para serem habilitadas pela China, já inspecionadas e auditadas pelas autoridades chinesas. Cinco são frigoríficos cujo pleito foi entregue no início deste ano e que precisaram revisar itens da sua operação.

“A gente considera que a primeira habilitação seria desses cinco”, revelou o presidente da Abiec ao ressaltar que as exigências chinesas já foram atendidas. “Dificilmente sai uma lista antes do ano novo e agora estamos passando para fevereiro [a previsão de habilitação]”, pontuou Camardelli.

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Para 2021, a Abiec prevê que as exportações brasileiras de carne bovina crescerão 6% em volume, com 8,8 milhões de toneladas, e 3% em valor, com US$ 2,1 milhões. Com isso, a associação trabalha com uma queda no preço médio de exportação de 2,8% no próximo ano. 

“Obrigatoriamente a gente tem que ser conservador, prevendo esses patamares no ano que vem, considerando principalmente a dificuldade de administrar o avanço da vacina e os problemas relacionados ao Covid”, destacou Camardelli.

Na Europa, a chegada de uma segunda onda de contaminações já derrubou em 13% as exportações para o continente entre outubro e novembro deste ano. “A reposição [de demanda] via delivery pode ser otimizada em alguns pontos, em alguns países, Estados e demandas, mas ela não substitui o food service e o fast food, por enquanto”, destaca o presidente da Abiec.
Source: Rural

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