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Entidade que representa as usinas do Centro-sul do Brasil, Unica comemora desempenho da primeira safra sob as diretrizes do Renovabio (Foto: Editora Globo)

 

A safra 2020/2021 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, que termina em 31 de março do ano que vem, comemora o avanço da implantação do Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), com cerca de 85% da produção nacional de etanol certificada e recorde na oferta da matéria-prima. Na primeira temporada sob as diretrizes do programa, 65% das empresas produtoras de etanol do país estão certificadas a emitir créditos de descarbonização (CBios). Atualmente, são 215 unidades produtoras, que, juntas, comercializaram cerca de 20 bilhões de litros do combustível na safra 2019/2020. 

Mais de 17 milhões de CBios já foram registrados até 22 de dezembro, dos quais 80% haviam sido adquiridos para o cumprimento das metas pelas distribuidoras. A expectativa da União da indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), estima que até o final deste ano, a soma de CBios gerados chegue a 18 milhões e a expectativa é de que, na safra 2020/2021, que se inicia em abril, esse número possa atingir 23 milhões.

“A gente sai deste ano mais relevante do que entramos na pandemia”, destacou Evandro Gussi, presidente da Unica, durante a coletiva de imprensa. “Mesmo com os desafios deste ano, conseguimos tornar o RenovaBio uma realidade. Entregamos para a sociedade brasileira um novo patamar de transparência e mensurabilidade da pegada de carbono, sem paralelo no mundo”, analisou Gussi.

Oferta recorde

Dados da Unica confirmam que esta safra 2020/2021 de cana-de-açúcar foi a que mais ofertou matéria-prima para etanol e açúcar nos últimos cinco anos. Também foi a mais representativa em termos de moagem. A previsão é que a temporada totalize um volume de 605 milhões de toneladas (+2,5% em relação ao ano-safra 2019/2020), com índice de qualidade de 144,70 kg de ATR por tonelada de cana, o maior das últimas dez safras.

A quantidade de açúcares totais recuperáveis (ATR) produzido pelas empresas até o início de dezembro totalizou 86,33 milhões de toneladas, superando os dados finais registrados nas safras anteriores. A projeção para o final do ciclo 2020/2021 é de 87,54 milhões de toneladas de ATR no acumulado desde abril de 2020 até março de 2021.

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Segundo o diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, a indústria continua mais alcooleira, sendo 54% da cana direcionada para o biocombustível, sem considerar etanol de milho. Neste ano, a produção de biocombustível a partir do cereal ultrapassou a produção de etanol de cana no Estado do Mato Grosso.

Com isso, as empresas que só produziram etanol de cana-de-açúcar tiveram um rendimento 22% menor do que aquelas que produziram açúcar e biocombustível. As exportações de açúcar no acumulado de janeiro a novembro tiveram um incremento de 70%, enquanto as de etanol cresceram 36%.

Na previsão da entidade, os baixos volumes de chuva observados neste ano deverão impactar na produtividade dos canavias para o próximo ciclo, especialmente no início da safra. Além disso, a taxa de renovação dos canaviais voltou a cair na safra 2020/2021, o que também pode refletir na redução da produtividade para o ano-safra seguinte.
Source: Rural

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