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(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

A combinação entre aumento de custos e dificuldade para repassar a alta da arroba bovina para o consumidor final, sobretudo após o fim do auxílio emergencial, indicam um 2021 com mais riscos e margens apertadas para os pecuaristas.

“O que parece muito certo é que uma repetição dos resultados deste ano é absolutamente improvável porque o preço boi teria que dar uma esticada num cenário completamente diferente, de preços já muito elevados de carne bovina”, avalia César de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA.

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Ele lembra que os preços atuais da arroba bovina foram extremamente remuneradores aos produtores que adquiriram bezerros antes da expressiva valorização do animal a partir do final de 2019. 

Desde então, o preço médio do animal com idade entre 8 e 12 meses no Mato Grosso do Sul subiu 67%, ante uma alta de 38,6% para a arroba do boi gordo no mesmo período, segundo os indicadores do Cepea. 

Se em algum momento, por qualquer razão, o preço da carne cair, não tem espaço nenhum para um boi um pouco mais barato sem que as margens fiquem bem piores

César de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA

Na avaliação do analista de proteína animal do Rabobank, Wagner Yanaguizawa, a queda de braço entre produtores e frigoríficos por melhores preços nas negociações da carcaça bovina chegaram a um limite.

“Existe possibilidade de alta? Sem dúvidas. Mas acredito que estamos muito mais próximos do limite, principalmente pensando que, no curto prazo, devemos ter retração de consumo”, explica o analista, que também destaca o possível fim do auxílio emergencial no início de 2021, quando já ocorre uma retração sazonal no consumo.

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“Isso deve pressionar os preços para o começo do ano que vem. É difícil traçar um intervalo de valores, mas acreditamos que eles devam ficar nos patamares desse último semestre”, aponta Yanaguizawa.

Com custos invariavelmente mais altos quando comparados ao ano passado, ele ressalta que os próximos anos devem ser de maior concentração da atividade, dado o cenário mais desafiador para as margens do setor.

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“O pior cenário de margem é o produtor que não tem escala de produção, de médio e pequeno porte, e que não tem a opção de vender para um frigorífico que exporte. Esse perfil, sem dúvidas, está passando por um momento de margem muito complicada e isso favorece um cenário de concentração”, explica o analista.
Source: Rural

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