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(Foto: Pxhere/CreativeCommons)

 

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveram e otimizaram um método para extração e análise de compostos associados à podridão do mamão papaia – os chamados metabólitos voláteis.

O objetivo é detectar precocemente a presença de fungos causadores de podridões enquanto ainda estão na fase de quiescência, ou seja, quando o fruto é infectado ainda ligado à planta-mãe. O resultado é de extrema relevância para reduzir perdas na pós-colheita, o que impacta diretamente na exportação da fruta fresca.

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Estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) calculam que um terço das frutas e olerícolas se perdem depois de colhidas. De acordo com Daniel Terao, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, fungos causadores de doenças na pós-colheita têm causado sérios prejuízos aos produtores, exportadores e importadores.

Quando embarcadas no Brasil, as frutas têm aparência sadia, mas os fungos aquiescentes estão presentes e os sintomas aparecem com o processo de amadurecimento durante o armazenamento e o transporte.

A identificação convencional dos fungos causadores de doenças provoca muitas despesas e só é possível após o aparecimento dos sintomas. O processo comum envolve etapas de isolamento e posterior caracterização estrutural por microscópio ou molecular, por meio da extração de DNA.

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Aroma e sabor

Como o aroma e o sabor dos frutos estão intimamente ligados à percepção da qualidade da fruta pelos consumidores, a extração e a análise dos compostos voláteis produzidos pelo mamão podem ser ferramentas para detecção precoce de contaminação por fungos. É o que explica Larissa Rocha Terra, doutoranda da Unicamp, que desenvolve seu projeto de pesquisa na Embrapa Meio Ambiente.

“O que ocorre é que as características sensoriais envolvem, na maioria dos casos, compostos orgânicos voláteis, como hidrocarbonetos, ésteres, aldeídos, cetonas, álcoois e ácidos orgânicos. A composição de tais metabólitos voláteis pode ser alterada pela presença de microrganismos que causam uma modificação no metabolismo da fruta, resultando na síntese de novas substâncias ou na mudança dos níveis daquelas já existentes”, complementa a pesquisadora.

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Como são feitas as análises

De acordo com a Embrapa, com as etapas de obtenção e análise, o estudo resultou na extração de mais de 100 voláteis de papaia. As análises de voláteis de alimentos são feitas por cromatografia e consistem em três passos fundamentais: extração, separação cromatográfica e identificação dos compostos. 

Um método bem estabelecido de extração de voláteis é a microextração em fase sólida, que é uma técnica de preparo de amostras simples e eficaz, onde é utilizada uma agulha revestida com material adsorvente que, quando em contato com compostos voláteis, é capaz de extraí-los e concentrá-los em uma única etapa.

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Assim, os cientistas desenvolveram um sistema em que o mamão é inserido em um frasco, onde é deixado determinado tempo para condicionamento. Em seguida, a fibra de microextração em fase sólida é exposta no espaço vazio da garrafa de ensaio para a extração dos compostos voláteis.

Posteriormente, os analitos são dessorvidos termicamente da fibra na porta de injeção de um cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas (GC-MS), para a análise dos metabólitos voláteis produzidos.
Source: Rural

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