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(Foto: Abiarroz)

 

A perda de renda sofrida por milhares de brasileiros durante a pandemia de Covid-19 contribuiu para o choque de demanda observado no mercado de arroz e, consequentemente, para os preços recordes do produto no mercado interno.

Durante apresentação do balanço da safra 2019/2020 e 2020/2021 na Expointer Digital, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Soria Bastos Filho, destacou a elasticidade de renda negativa do produto. Ou seja, quanto maior a renda, menor o consumo.

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“Em um momento desses, de pandemia, em que se estanca todos os processos de geração de renda, cria-se justamente o movimento inverso e, com isso, tivemos realmente um aumento no consumo do arroz entre março e agosto deste ano”, apontou Bastos Filho.

Ele também destacou o papel do auxílio emergencial sobre o mercado consumidor. “Isso teve um efeito significativo, com o coronavoucher e todas essas medidas que também trouxeram para a alimentação uma população que não estava sendo atingida pelo Bolsa Família”, reconheceu o diretor da Conab.

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Demanda 26,4% maior

A partir das cobranças da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (Taxa CDO), paga pelos produtores ao Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a Conab aponta uma demanda 26,4% maior em 2020.

Para os próximos anos, a previsão da companhia é de que o consumo interno mantenha-se em alta até 2022, passando de 10,8 milhões de toneladas em 2010/2020 para 11,2 milhões de toneladas no ano-safra 2020/2021, que se encerra em fevereiro de 2022. “

Nós continuamos imaginando que esse efeito da pandemia ainda vai carregar essa elevação do consumo do arroz para o próximo ano comercial

Guilherme Soria Bastos, presidente da Conab

 

Com o consumo em patamares elevados, o presidente da Conab avalia que os estoques maiores esperados para 2020/2021 não sejam suficientes para pressionar os preços no mercado interno, cujas perspectivas são de acomodação em valores próximos de R$ 65 a saca de 50 quilos no início do próximo ano, caso as previsões de safra da companhia se confirmem.

Com uma produção prevista em 12 milhões de toneladas, 7% maior ao observado em 2019/2020, a Conab projeta estoques finais 53% maiores, de 820 mil toneladas. “Apesar desse estoque grande, ele vai ficar em torno de 18 dias de consumo. Então, isso vai dar certa sustentação aos preços do arroz para o próximo ano”, concluiu.
Source: Rural

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