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 (Foto: Thinkstock)

 

Pela primeira vez, em três meses, houve uma estabilização do número de empresas do setor de transporte que tiveram de adotar demissões durante a pandemia do novo coronavírus. A dispensa de funcionários, inclusive, registra uma pequena tendência de queda.

É o que apontou a quinta rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta segunda-feira (14/9). Segundo o levantamento, dos 40,6% dos transportadores que tiveram de reduzir o quadro de empregados, 55,3% não pretendem promover demissões em setembro. Já entre os que não demitiram, esse percentual é ainda mais elevado: 83,8%.

A pesquisa da CNT – que ouviu 914 empresas de cargas e de passageiros de todos os modais de transporte, entre 25 de agosto e 3 de setembro – apontou ainda que 52,3% que promoveram demissões esperam readmitir os empregados após o fim da pandemia.

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O levantamento ainda mostra que 35,9% dos entrevistados esperam um aumento da demanda e da receita em 2021. Mas o impasse entre o governo e o Congresso em relação à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos preocupa. Para quase 40,0% das empresas, será negativo o impacto de um possível fim da desoneração.

O presidente da CNT, Vander Costa, considera que os transportadores estão mais otimistas em relação ao futuro pós-pandemia e que isso será fundamental para reaquecer o setor nos próximos meses.

“Os resultados dessa rodada demonstram que as empresas transportadoras estão comprometidas com a retomada da atividade econômica do país, indicando até mesmo uma eventual recuperação de parte dos postos de trabalho perdidos durante a pandemia. Mas, para que essa possibilidade tenha mais chance de se concretizar, é necessário que haja uma rápida e favorável definição sobre a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos”, afirma.

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O setor, porém, ainda enfrenta os efeitos da crise: 63,6% das transportadoras apontaram queda de demanda em relação ao mesmo período de anos anteriores, sendo que, para 46,6%, a retração foi bastante acentuada. Das empresas consultadas pela CNT, 67,4% declararam que tiveram prejuízos durante a pandemia.

A queda de faturamento, por sua vez, foi indicada por 50,8% das empresas de transporte, e mais de um terço das transportadoras (36,2%) tem a capacidade de pagamento muito comprometida (folha de pagamento, financiamentos, tributos, fornecedores e aluguel, entre outros). Nesse sentido, para 52,5% levará pelo menos um ano para a empresa voltar aos níveis de demanda e faturamento anteriores à pandemia.

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Acesso ao crédito

Desde o início da crise, 51,8% das empresas solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento. Quase dois terços delas (61,3%), porém, tiveram o pedido negado. No levantamento, 62,4% afirmam não conhecer o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, nova iniciativa do governo federal que busca viabilizar crédito para pequenas e médias empresas.

Sobre a atuação do Ministério da Economia em relação ao apoio às empresas durante a pandemia, 67,5% a avaliam como negativa. Além disso, 58,8% das empresas destacaram entre as medidas prioritárias para o momento a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (incluindo capital de giro) também para grandes empresas. 

Dos entrevistados, 52,2% citaram como necessária, também, a isenção de tributos federais durante a pandemia. A manutenção da desoneração da folha para o setor transportador foi mencionada por 39,9%.
Source: Rural

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