Skip to main content

O Ministério da Agricultura e Alimentação da Alemanha afirmou nesta quarta-feira (9/9) que um javali selvagem encontrado morto foi diagnosticado com Peste Suína Africana (ASF, na sigla em inglês) no estado de Brandemburgo, ao leste do país, próximo da fronteira com a Polônia. A ministra da Agricultura alemã, Julia Kloeckner, afirmou à agência de notícias Reuters que uma amostra foi retirada do animal e levada para análise um laboratório local.

Em um comunicado publicado no dia 8 de junho deste ano, o governo alemão já demonstrava receio com o avanço da doença em países próximos, como a Polônia e a França. O primeiro surto dessa recente epidemia do vírus foi descoberto em produções de porcos da República Checa, em meados de 2017.

saiba mais

Importação chinesa de soja deve aumentar com recuperação do rebanho de suínos

OIE confirma dois novos focos de peste suína africana na China

 

Em 2019, técnicos veterinários se depararam com um javali infectado com a doença na província de Luxemburgo, que faz fronteira com a Bélgica e a França, na parte oeste.  "Na primavera de 2019, mais casos de PSA foram reportados na população belga de javalis na fronteira com a França e ao norte da área onde os primeiros casos ocorreram. Subsequentemente, a Bélgica estendeu as zonas de restrição existentes e colocou mais cercas. Como resultado, houve a queda no número de casos", explicou o governo alemão.

Em novembro do ano passado, no entanto, novos casos em javalis a cerca de 80 quilômetros de distância para a Polônia voltaram a acender o alerta na Alemanha. Por isso, oficiais veterinários alemães e poloneses concordaram, entre outras coisas, no estabelecimento de uma zona de risco entre 8 e 15 quilômetros em ambos os lados da fronteira, “onde as atividades de caça deveriam ser tomadas de uma forma em que não haveria a intensificação dos movimentos de javalis selvagens.”

Entretanto, as medidas parecem não ter sido suficientes, já que outros animais testaram positivo e, em junho, a distância dos javalis com a PSA para a Alemanha era de apenas 10 quilômetros. A expectativa é que o governo deve anunciar novas medidas para conter a escalada e evitar a contaminação de seu rebanho.

China

É na China que se concentra o maior número de casos de Peste Suína Africana. A produção de porcos da China vem sendo dizimada desde 2018. A previsão de analistas é que os chineses devem deixar de produzir 22 milhões de toneladas de carne suína entre a emergência dos primeiros casos até o final deste ano.

Foi uma das principais razões que levou o país a aumentar a importação de carne de porco de diversos outros centros produtores. No caso da Alemanha, por exemplo, as exportações de suínos para a China atingiram 158 mil toneladas entre janeiro e abril de 2020, o dobro da quantidade registrada no mesmo período do ano passado, com receitas de acima de US$ 500 milhões.

O Brasil também foi beneficiado pelo problema no rebanho chinês. Dados do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne suína somaram  678,3 mil toneladas entre janeiro e agosto, volume 44,3% superior ao mesmo período de 2019, com os chineses como principais clientes. Nos 8 meses deste ano, a receita de exportações totalizou US$ 1,48 bilhão, número 54,5% superior em relação ao ano passado.
Source: Rural

Leave a Reply