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(Foto: Christian Braga/Greenpeace)

 

Focos de queimadas acompanhados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aumentaram 33,96% no Mato Grosso nos primeiros seis meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2019. Ao considerar todos os satélites que a ferramenta disponibiliza, o número saltou de 78.971 para 105.796 focos.

Nos últimos dois anos, entre 1º de janeiro e 30 de junho, a Amazônia é o bioma mais afetado pelas queimadas, seguida do Pantanal. Entretanto, segundo o Inpe, o Pantanal chama atenção pelo aumento de casos: saltou de 2%, em 2019, para 18,9% em 2020.

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Em relação à prática de desmatamento, o serviço de monitoramento Prodes mostra que, em 2019, 1.702 km² foram devastados no Mato Grosso, ficando atrás apenas do Pará, com 4.172 km².

Questionado, o secretário de Meio Ambiente do Estado, Alex Marega, diz que, ao colocar em níveis proporcionais de terra, o Mato Grosso não está entre os que mais desmatam.

“[O desmatamento] ainda está elevado, neste ano ainda está em alta, mas foram 170 km² em maio contra 124 km² em junho, e julho estamos aguardando

Alex Marega, secretário de Meio Ambiente do MT

Ele conta que, em 2020, foram investidos R$ 22 milhões em um plano de ação para endurecer o combate ao desmatamento, “até porque isso repercute na comercialização da produção agrícola do Estado”. Também destaca que a meta do governo é zerar a prática ilegal por meio de ações como planejamento, monitoramento, prevenção e fiscalização.

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Fiscalização e combate

Com o auxílio de entidades como Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA/MT), Ministério Público Federal e órgãos fiscalizadores como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Fundação Nacional do Índio (Funai), Marega afirma que foi criado um comitê contra o desmatamento, que se reúne a cada 15 dias para discutir as ações de combate.

“Todas as semanas, nós recebemos os alertas dos últimos 7 dias, a partir de imagens de satélite diárias que são geradas. Com isso, temos mais facilidade em identificar o desmatamento no início e cruzar a área com a base de dados do CAR [Cadastro Ambiental Rural] e do INDEA”, explica o secretário. Os produtores que forem identificados, segundo ele, são contatados por e-mail, telefone e, caso não surja efeito, podem ter a área embargada.

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Até 30 de junho, foram aplicados R$ 600 milhões em multas. O valor é recorde do Estado, de acordo com o secretário. Ele não especificou quanto destas multas já foram pagas, mas estima que, até o final do ano, o valor das penalidades chegue a R$ 1 bilhão.

No combate às queimadas, Marega diz que o contingente de fiscais está sendo reforçado, inclusive expandindo a frota de veículos. Ele admite que algumas propriedades rurais continuam usando o fogo para controle da cana-de-açúcar ou limpeza da área de pastagem, “mas precisa ser autorizado pelo órgão ambiental e, depois de autorizado, ele precisa fiscalizar”. Ainda assim o secretário garante que o rastreamento da origem do fogo tende a diminuir a prática, que já está proibida desde 1º de julho até 30 de setembro.

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Flagrantes do Greenpeace

 

(Foto: Christian Braga/Greenpeace)

 

Apesar do período proibitivo e do que alega o secretário, queimadas em florestas do Mato Grosso foram avistadas em julho pela organização não-governamental Greenpeace. Em nota nota publicada na sexta-feira (17/7), a ONG também afirma ter registrado imagens de áreas sendo preparadas para a queima.

A única coisa que este governo está fazendo é colocando o clima e mais vidas em risco, especialmente as dos povos indígenas.

Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil

“Essas imagens e o aumento recorde do desmatamento neste ano são resultado da política antiambiental do governo para a Amazônia, que ainda tenta usar a crise provocada pela Covid-19 como uma cortina de fumaça para permitir ainda mais desmatamento, grilagem e garimpo na floresta. A única coisa que este governo está fazendo é colocando o clima e mais vidas em risco, especialmente as dos povos indígenas”, afirmou Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil.

Ainda segundo Batista, o fogo é ateado por fazendeiros e grileiros para remover a floresta ou visando aumentar as áreas de pastagem ou agrícola, especulação de terras e grilagem. A preocupação dos ambientalistas quanto aos focos de queimadas passa a ser ainda maior na época de seca da Amazônia, entre agosto e outubro, mesmo período em que o secretário Marega pretende reforçar o combate aos crimes ambientais no Mato Grosso.

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Source: Rural

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