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(Foto: Globo Rural)

 

 

 

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) defendeu, nesta quarta-feira (15/7), que a portaria do governo federal para conter o avanço da Covid-19 nos frigoríficos do país prevaleça sobre as regras estaduais. 

Em apresentação dos resultados semestrais do setor, o diretor-executivo da entidade, Ricardo Santin, disse que as críticas do setor às portarias estaduais se referem à falta de segurança jurídica gerada pelas diferentes normas em diferentes regiões do país.

É possível, claro, [seguir as determinações estaduais]. Mas a lógica é: precisa ter um tipo de distanciamento diferente em cada lugar se tenho uma regra nacional dizendo que, com determinado distanciamento, já tenho segurança?

Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA

Ele ainda apontou a possibilidade de adaptações no mix de produção das indústrias visando ajustar a operação às condições impostas pela pandemia e destacou que o distanciamento mínimo entre trabalhadores na linha de produção de frigoríficos exigido pela Secretaria de Saúde do Paraná não deve impactar a produção de aves e suínos do Estado.

A entidade chegou a enviar ofício para o Governo do Estado apontando um dano potencial de 50% sobre a produção, mas explicou, nesta quarta-feira (15/7), que a queda ocorreria caso as empresas não adotassem medidas para contornar os impactos causados pela redução da mão de obra.

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“Aquela era uma situação hipotética. As empresas têm outras maneiras de produzir. Podem estender o tempo de funcionamento e fazer mais turnos, o que, inclusive, é um pedido dos sindicatos”, explicou o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.

Maior produtor de aves do país, o Paraná foi responsável por 40% das exportações de frango do Brasil no primeiro semestre e por 14% das exportações de carne suína, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (15/7) pela ABPA.

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Teste rápido

 

A ABPA também criticou a divulgação dos números de trabalhadores infectados em frigoríficos coletados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo a associação, os dados referem-se aos resultados de testes rápidos, com altas taxas de falso positivo.

“Em Lajeado (RS), apenas 20% dos testes rápidos positivos foram confirmados e, em Rondonópolis (MT), eles tiveram 900 casos positivos por teste rápido e, quando foram conferir com exame laboratorial, só 5% deram positivo”, destacou o presidente da ABPA, Francisco Turra.

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Na avaliação a ABPA, a divulgação desses casos ajudou a impactar a imagem do Brasil no mercado internacional, culminando com a suspensão da autorização de exportação para a China de seis unidades frigoríficas desde 23 de junho.

“Para eles, o noticiário também é muito forte. Às vezes, parece que a gente está fazendo com que o trabalhador infectado trabalhe, mas não há trabalhador infectado nas fábricas. Eles estão sendo afastados”, concluiu Turra.

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Projeções para 2020

 

Nesta quarta (15/7), a ABPA atualizou suas previsões para a produção e exportação de carne de frango, suína e ovos em 2020. De acordo com a entidade, os embarques brasileiros de carne suína devem crescer de 27% a 33%, para até um milhão de toneladas.

Para a produção brasileira de carne suína, as previsões da ABPA são de um crescimento de 4% a 6,5% neste ano, para até 4,25 milhões de toneladas, com um consumo interno estável, de 15,3 quilos por habitante.

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Em relação ao destino das exportações, a ABPA apontou um crescimento expressivo na participação a Ásia, que passou de 59% para 79% neste ano – só a China representou 49% dos embarques. Por outro lado, houve queda de 8% para 0,3% na participação da Europa e de 21% para 12% da América.

Quanto à carne de frango, o volume exportado subiu 1,7% no primeiro semestre, para 2,11 milhões de toneladas. Por outro lado, a receita caiu 8,8%, totalizando US$ 3,14 bilhões. 

Para 2020, a projeção da ABPA é de um aumento de 3% a 4% na produção e de 3% a 5% nas exportações, com consumo per capita crescendo 2,5%, para 43,9 quilos por habitante.
Source: Rural

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