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Maior rebanho bovino do país, Mato Grosso deve confinar menos bovinos neste ano (Foto: Divulgação)

 

A pandemia do coronavírus começa a emitir sinais negativos nas expectativas de confinamento. O primeiro levantamento das intenções dos pecuaristas feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso para 2020, indica que apenas 53,6% dos entrevistados planejam fechar menos animais em confinamento neste ano. O estudo aponta para um rebanho de 577.550 animais a ser confinados, número 29,93% inferior ao que foi para os cochos em 2019, que foi de 824.225 cabeças.

O Estado de Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país. É também o segundo principal confinador de bois e maior produtor de grãos. Serve, assim, de referência para outras regiões brasileiras.

Segundo Bruno Andrade, zootecnista da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), o primeiro fator de preocupação do pecuarista de Mato Grosso é o custo de produção no confinamento. Insumos como farelo de soja, milho, relacionados à nutrição animal, estão altos e pesam bastante, diz. Andrade informa que as cotações dos animais de reposição também assustam o pecuarista. “São muitas as incertezas que podem prejudicar a rentabilidade.”

Outro fator que tem esparramado cautela nos confinamentos é a conjuntura econômica instável ocasionada pelo novo coronavírus. Bruno Andrade diz que o consumo interno estagnou. De outro lado, as exportações de carne, principalmente para a China, estão indo bem e devem acelerar ainda mais no segundo semestre.

 

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O zootecnista da Assocon observa que este é o primeiro levantamento realizado neste ano. O panorama pode mudar como aconteceu em anos anteriores. Bruno Andrade diz que o estudo do Imea relata que 43,6% dos pecuaristas ainda não adquiriram seus animais para o processo de engorda em confinamento.

“Não deixa de ser uma oportunidade, pois o comportamento do mercado está sendo construído dia a dia, e a carne de Mato Grosso tem ativos sólidos, que se tornam mais valiosos em uma conjuntura onde importantes produtores diminuem o ritmo de abate e se discute a questão sanitária da produção”, diz.

Ele lembra ainda que o Mato Grosso é o maior produtor de grãos como soja e milho, o que facilita a alimentação do gado. “Assim, a expectativa pode ser revista mais tarde”, afirma o zootecnista.

Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atestam que, de 1999 a 2019, o peso da carcaça do boi mato-grossense aumentou 39,6%, superando a variação nacional, de 15,8%. Além de um crescimento consistente ao longo desses 20 anos, Mato Grosso tem um desempenho superior à média nacional: enquanto, em média, o boi em Mato Grosso rende 20,8 arrobas por carcaça, a média nacional é de 19,29 arrobas por carcaça, segundo o estudo.
Source: Rural

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